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| Foto: Hugo Harada/GAzeta do Povo

O mercado aumentou de 2,95% para 2,99% a queda prevista para o PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e cortou de 1% para 0,86% o crescimento estimado para 2017. A projeção consta no boletim Focus, pesquisa realizada entre economistas e instituições financeiras e divulgada semanalmente pelo Banco Central. Há quatro semanas, a expectativa era de queda do PIB de 2,87% neste ano e expansão de 1% no próximo.

Os economistas também pioraram as perspectivas para a inflação em 2016. Agora, estimam que o IPCA (índice oficial) deve fechar o ano em 6,93%, ante 6,87% na semana anterior e 6,80% há quatro semanas. Em 2017, a projeção para a inflação foi mantida em 5,20%.

Na sexta-feira (8), o IBGE divulgou que o IPCA encerrou 2015 com alta de 10,67%, bem acima do teto da meta do governo, de 6,5%. Foi a maior escalada do IPCA desde 2002, quando foi de 12,53% em meio às incertezas do mercado financeiro sobre como seria um futuro primeiro governo do PT.

Também foi a primeira vez que a inflação supera o teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) desde 2003, o primeiro ano do governo Lula. Isso só havia ocorrido em outras duas vezes, em 2001 e 2002.

Quando isso acontece, o Banco Central precisa enviar carta ao ministro da Fazenda [Nelson Barbosa] explicando os motivos para o estouro da meta. No documento, o BC voltou a sinalizar que pode subir a taxa de juros básica, a Selic, caso o IPCA –o índice de inflação oficial – apresente risco de estourar o teto da meta neste ano novamente.

Selic

A Selic sofrerá três altas consecutivas, na avaliação do mercado financeiro apresentada no Relatório Focus. Atualmente, a taxa de referência está em 14,25% ao ano e a perspectiva para a reunião da semana que vem é de elevação desse patamar para 14,75% ao ano. Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de março, o colegiado deverá aumentá-la para 15,25% ao ano pelo mesmo levantamento e diminuir um pouco a dose de alta no encontro de abril, levando a Selic para 15,50% aa.

Os juros básicos devem continuar nesse nível até outubro, conforme os especialistas, mas ainda encontrará fôlego para recuar este ano. A perspectiva é a de que, na última reunião do Copom de 2016, os diretores reduzam esse porcentual para 15,25% ao ano.

Assim, a tendência é de continuidade de baixa da Selic nos primeiros meses de 2017. No ano que vem, conforme o Focus, a taxa básica estará em 15,00% em janeiro e cairá para 14,75% aa em fevereiro. Em março, segundo esse prognóstico, ainda encontrará espaço para recuar e voltará, então, para o nível visto atualmente, de 14,25% aa.

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