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Linha de montagem da Wap, em São José dos Pinhais: 10% dos funcionários foram dispensados | Leandro Taques/Arquivo/Gazeta do Povo
Linha de montagem da Wap, em São José dos Pinhais: 10% dos funcionários foram dispensados| Foto: Leandro Taques/Arquivo/Gazeta do Povo

Volta do IPI pode segurar vendas do setor

Se o primeiro semestre não foi fácil para os fabricantes de eletrodomésticos, a segunda metade do ano trouxe dificuldades adicionais ao setor.

O governo federal anunciou no começo do mês uma recomposição de parte do IPI de produtos como fogões, tanquinhos e refrigeradores. Em setembro, o governo vai avaliar se retira ou não todo o desconto que ainda resta na cobrança do IPI.

A notícia tem impacto nos custos de produção das empresas, já elevados em razão do aumento dos preços dos componentes, a maioria cotada em dólar. Mesmo assim, quando fez o anúncio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu que os empresários não repassariam a conta para o consumidor.

Na ocasião, o governo prometeu estudar uma saída para evitar maiores impactos nos custos de produção em decorrência da alta do dólar, mas nenhuma medida foi anunciada até o momento.

Embora o conjunto da indústria paranaense tenha elevado seu quadro de pessoal no primeiro semestre, contratando quase 26 mil pessoas de janeiro a junho, fabricantes de eletrodomésticos instaladas no estado demitiram funcionários.

Essas empresas foram afetadas pela timidez da demanda, que ficou abaixo da esperada, e pelo aumento nos custos de produção. A Electrolux dispensou 286 trabalhadores e a Wap, 20.

A Wap produz cerca de 300 mil itens por mês, entre aspiradores de pó, ventiladores e máquinas de limpeza de piso, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A empresa dispensou cerca de 10% dos pouco mais de 200 funcionários.

Segundo a diretora comercial, Édla Pavan, a maioria dos demitidos era de setores administrativos, como o marketing, com salários mais altos que os do pessoal de produção.

Câmbio e custos

A justificativa para as demissões foi o impacto do aumento do câmbio sobre os custos de produção da empresa – grande parte dos componentes é importada. "[O corte de empregos] dá um fôlego novo para que possamos entrar no segundo semestre preparados, pois, se tivermos receitas menores, aumentamos as chances de continuar participando do mercado de forma saudável", explica a diretora.

Reajuste

As demissões vêm acompanhadas do anúncio de um aumento de 7% nos preços dos produtos da empresa. A notícia não foi bem recebida pelos compradores, mas o repasse teria sido generalizado entre todas as empresas que importam componentes, diz Édla.

Segundo ela, os reflexos das medidas serão avaliados e novos cortes podem ser feitos. "Nossa perspectiva e desejo é ter estabilidade no câmbio, para não ter que fazer nenhum novo reajuste."

Estoques

A assessoria de comunicação da Electrolux informou que ninguém estava disponível para comentar as demissões, que, segundo o jornal Valor Econômico , foram feitas para "ajustar os níveis de estoque".

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