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O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta terça-feira (7) que a eleição do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) demonstra uma "ordem internacional em transformação". "É um resultado importante. Os países emergentes demonstram capacidade de liderança. Uma liderança que tem apoio no mundo em desenvolvimento, mas com reconhecimento no mundo desenvolvido", afirmou.

Segundo ele, a eleição foi possível pelo currículo de Azevêdo, que se especializou em comércio internacional e tem qualidades técnicas apuradas, e pelo forte empenho do governo brasileiro na campanha. "Se consegue uma eleição como esta mobilizando toda a máquina da nossa diplomacia", disse. "Todo o governo trabalhou muito nessa candidatura. O Itamaraty trabalhou de forma incansável".

A eleição de Azevêdo, 55, foi anunciada ao governo brasileiro hoje. Ele derrotou o candidato mexicano Herminio Blanco, 62. A decisão foi tomada em Genebra, sede da OMC, com a participação dos 159 países que integram a entidade. É a primeira vez em que um latino-americano é escolhido para um mandato completo de quatro anos.Patriota parabenizou a presidente Dilma Rousseff pela escolha e Azevêdo por sua experiência e habilidade. Segundo o ministro, "quando o candidato é bom, a candidatura fica mais fácil". "Havia um sentimento de que ele [Azevêdo] não precisava ser treinado, de que entraria no jogo tendo se esquentado no banco da reserva e podendo chutar em gol. É neste espírito que ele começa a trabalhar", disse.

O chanceler brasileiro afirmou que, durante a campanha, houve aspectos que envolveram uma disputa entre as regiões norte e sul. Segundo ele, no entanto, a candidatura brasileira conseguiu apoio de todos os continentes e não há ressentimentos em relação aos países que votaram no candidato mexicano. "Vamos seguir trabalhando com todos", afirmou.

O Paraguai, atualmente suspenso do Mercosul e da Unasul, foi um dos membros da OMC que apoiou a candidatura do México.O Itamaraty afirmou que não possui o placar final da votação e que ele não será divulgado. De acordo com Patriota, a OMC informou que foi uma "vitória inequívoca em termos numéricos" ao longo das três rodadas de consultas.

O resultado será anunciado oficialmente amanhã e a nomeação de Azevêdo acontecerá durante reunião do Conselho Geral da OMC, no dia 14 de maio. Ele tomará posse, contudo, apenas em setembro.

Tentativas

Esta foi a segunda vez que o Brasil tentou emplacar um candidato no comando da OMC. Em 2005, o embaixador brasileiro Luis Felipe de Seixas Corrêa já havia se lançado ao posto, mas foi derrotado por Pascal Lamy, no comando da entidade desde então. O Brasil se empenhará agora na candidatura de Paulo Vannuchi à presidência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos).

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