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A Eletrobras tenta repassar ao Tesouro o pagamento de R$ 1,7 bilhão dos débitos que a estatal tem com a Petrobras. A informação é do diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado de Araújo. O valor se refere a parte da cobrança feita pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, por fornecimento não pago de óleo a usinas térmicas para geradoras da Eletrobras no Norte do país.A Eletrobras quer que a Aneel autorize o ressarcimento desse valor com dinheiro da chamada CCC (Conta de Consumo de Combustível), que é abastecida com encargos cobrados nas contas de luz de todos os brasileiros.

A CCC paga o óleo necessário ao funcionamento de usinas térmicas do Norte do país, região ainda não totalmente conectada ao SIN (Sistema Interligado Nacional), que permite o intercâmbio de energia elétrica em todo o Brasil.

Eficiência

Segundo a Eletrobras, esse R$ 1,7 bilhão é resultado da diferença entre o preço do óleo cobrado na bomba da Petrobras e o que é usado como parâmetro pela Aneel para repassar a CCC -uma média de preços de mercado.

É também resultado do volume de óleo consumido a mais devido à menor eficiência das usinas térmicas a óleo do Norte, algumas com mais de 20 anos de uso.De acordo com Araújo, não vale investir na eficiência dessas usinas porque o Norte está sendo ligado ao SIN. O que a Eletrobras quer é que a Aneel reconheça esses argumentos.

Se tiver o pedido integralmente aceito, a Eletrobras pagará a dívida sem mexer no seu caixa, apenas com recursos a serem repassados pelo Tesouro da CCC. Caso contrário, terá de pagar com recursos próprios.

O diretor da Eletrobras afirma que não pode considerar, por enquanto, esse valor como em atraso em repasse do Tesouro. Ele diz, ainda, que não há qualquer outro atraso nos repasses de CCC à empresa.

Dívida

A Eletrobras havia informado na segunda-feira (18) ao mercado que já tinha negociado R$ 3,2 bilhões em dívidas com a BR Distribuidora, de um total de R$ 4,9 bilhões reconhecidos. O restante seria o R$ 1,7 bilhão em discussão na Aneel.

Desse valor já negociado, R$ 1,75 bilhão foi parcelado em 20 vezes, há três meses.Do R$ 1,45 bilhão restante, R$ 450 milhões serão pagos nos próximos dias -o recurso veio de parte de empréstimo obtido junto à Caixa Econômica e ao Banco do Brasil. Negocia-se o pagamento de outro R$ 1 bilhão em 86 vezes -e não mais 85 vezes, como a Eletrobras vinha informando.

A Eletrobras informou, ainda, que deve outros R$ 2,3 bilhões à distribuidora de gás Cigás, controlada pelo governo do Amazonas, por fornecimento de gás. Esta distribuidora compra gás da Petrobras e revende às usinas térmicas da Eletrobras no Amazonas.

Na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, havia informado que a dívida da Eletrobras com a Petrobras era "quase tudo" do débito de R$ 7,3 bilhões que a estatal de petróleo tem a receber do setor elétrico. Segundo Araújo, o débito com a Cigás é a explicação para a divergência entre os números da dívida apresentados pela Eletrobras e a Petrobras.Procurada, a Petrobras ainda não comentou.

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