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Porcentual de brasileiros que querem comprar carro novo caiu de 18% para 15% | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Porcentual de brasileiros que querem comprar carro novo caiu de 18% para 15%| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Embora em ritmo menos acelerado, a classe C continuou a crescer no Brasil em 2011. A participação desse estrato social no total da população passou de 53% em 2010 para 54% no ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pela Cetelem, financeira do grupo francês BNP Paribas, em parceria com o instituto Ipsos. A pesquisa ouviu 1,5 mil pessoas em 70 cidades brasileiras, em dezembro.

De acordo com a pesquisa "O Observador Brasil 2011", a classe C recebeu 2,7 milhões de brasileiros em 2011, vindos da classe DE, e passou a ter 103 milhões de pessoas. A classe DE, por sua vez, encolheu: tinha 47,9 milhões de pessoas em 2010 (25% da população) e agora tem 45,2 milhões (24%).

"Essas mudanças marcam a consolidação da mobilidade social que vimos ocorrer no Brasil nos últimos anos", diz Marcos Etchegoyen, diretor-presidente da Cetelem BGN. A pesquisa, realizada desde 2005, mostra que 63,7 milhões de brasileiros ascenderam socialmente no Brasil. "É o equivalente a toda a população da Itália", comenta Etchegoyen. O grupo que mais contribuiu para essa evolução foi a classe C, que representava 34% da população em 2005, e hoje está em 54%.

As classes sociais utilizadas no estudo são as definidas pelo Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep). O conceito não considera a renda, mas a posse de itens como eletrodomésticos, veículos, quantidade de cômodos na casa e grau de instrução do chefe de família.

Renda

A pesquisa mostrou ainda que a classe C foi a única camada da população cuja renda média familiar cresceu em 2011 – subiu 8%, para R$ 1.450. As classe AB e DE tiveram uma ligeira queda na renda: de R$ 2.907 em 2010 para R$ 2.893 no ano passsado, no caso da AB; e de R$ 809 para R$ 792, na DE.

A renda disponível, que corresponde à renda da família após os gastos, cresceu em todas as classes sociais no ano passado, o que indica que houve uma maior contenção dos gastos. "As pessoas gastaram menos no ano passado, influenciadas pela piora no ambiente econômico", diz Miltonleise Filho, vice-presidente da Cetelem BGN.

Intenção de compra

A preocupação com o futuro da economia apareceu em outro dado levantado pela pesquisa, sobre intenção de compra para 2012. Em comparação com o ano anterior, os brasileiros mostraram-se mais cautelosos para consumir itens como carros, computadores e eletrodomésticos.

O percentual de pessoas com intenção de comprar um automóvel este ano, por exemplo, caiu de 18% para 15% em 2011. Apenas 25% da população declarou ter pretensão de comprar algum serviço relacionado a lazer ou viagem, ante 32% na pesquisa anterior. "Devido a essa cautela, em 2012 podemos não ter o mesmo nível gasto visto no ano passado", diz Miltonleise Filho.

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