Com seu logotipo cada vez mais presente nos créditos iniciais de filmes nacionais, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assume aos poucos o papel de principal incentivador da indústria de audiovisual no País. Nos últimos cinco anos, o banco já direcionou R$ 142,2 milhões para o setor e está por trás de mais da metade do patrimônio de fundos que investem mais de R$ 30 milhões em produções.
Em 2006, o BNDES decidiu encarar o audiovisual como mais um segmento econômico e trocou o papel de patrocinador pelo de financiador e investidor. Em 2009, o BNDES desembolsou R$ 31,3 milhões para a indústria de audiovisual, superando os R$ 26,6 milhões do edital da Petrobras, a mais conhecida apoiadora do cinema nacional. Só no primeiro semestre deste ano o BNDES liberou R$ 23,2 milhões a projetos audiovisuais.
Grande parte do apoio do banco ao setor não vem mais de recursos não reembolsáveis a título de apoio cultural. O BNDES agora empresta para produtores, distribuidores e exibidores ou se torna sócio de produções por meio de fundos. Segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine), o BNDES liderou em 2009 o ranking de investidores no cinema pelo modelo estabelecido na Lei do Audiovisual (8685/93). Ela permite a comercialização de certificados audiovisuais, cotas das produções que geram participações nos lucros e permitem dedução fiscal do investimento.
Bilheterias milionárias como a de Chico Xavier (R$ 30 milhões) tornaram o retorno a esses papéis mais atraentes. Para atrair investidores, o BNDES lidera 2 dos 14 fundos de investimentos voltados para esse mercado - os funcines. O maior deles, administrado pela Rio Bravo, é o RB Cinema I. Tem R$ 15 milhões do patrimônio comprometido, sendo dois terços do BNDES. Em outro gerido pela Lacan com a participação da Distribuidora Downtown, o BNDES banca pouco mais da metade do patrimônio de R$ 14,08 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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