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Rafael Cordeiro, da Enox, diz que Curitiba está nos planos da empresa de mídia indoor | Divulgação
Rafael Cordeiro, da Enox, diz que Curitiba está nos planos da empresa de mídia indoor| Foto: Divulgação

Futuro

A tendência é digitalizar

O prazo exato ninguém sabe ainda. Mas, em poucos anos, a tendência é que a publicidade indoor deixe o papel e migre totalmente para as telas. "Não sabemos em quanto tempo isso vai acontecer. Alguns falam em 2014. Mas a tendência, no médio e longo prazo, é que a substituição seja completa", diz o diretor de marketing da Enox, Rafael Cordeiro. Isso vale para estabelecimentos comerciais, aeroportos, terminais e também para metrôs e ônibus porque, segundo o diretor, tende a ficar mais barato. "O investimento inicial é mais alto, mas se dilui com o tempo", argumenta. A Associação Brasileira de Mídia Digital Out of Home (Abdoh) estima que já existam hoje mais de 50 mil telas instaladas e operadas profissionalmente, seja por empresas associadas ou não.

No mundo todo, as pessoas estão cada vez mais nas ruas – em trânsito ou em shoppings, bares, restaurantes e outros espaços. Não é surpresa, portanto, que a chamada "mídia digital out of home" ("fora de casa", na tradução literal) seja uma das que mais cresce no Brasil e no exterior. Os últimos dados do projeto Inter-Meios, levantamento feito pelo Grupo Meio&Mensagem, mostram que o segmento cresceu 72,9% nos oito primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado – com investimentos de R$ 89,9 milhões.

Os dados da associação mundial do setor, a Ovab (sigla em inglês de Out of Home Adver­tising Bureau), mostram que o segmento, com 13 anos de existência, já fatura algo em torno de US$ 3,4 bilhões por ano. O mercado cresceu mais de 20% ao ano nos últimos sete anos e espera ultrapassar US$ 6 bilhões anuais em 2012. É justamente neste crescimento que a Enox, líder no segmento de mídia indoor, está apostando. A empresa está instalando mais de 130 televisores em cerca de 50 bares de São Paulo, Porto Alegre e Brasília. Curitiba e outras capitais importantes do país também já estão nos planos, segundo o diretor de marketing e comunicação da Enox, Rafael Cordeiro. A previsão é de instalar cerca de mil telas em 2011, só em bares. "Temos também projetos-piloto em outros segmentos, como salões de beleza e academias. Então, esse número pode dobrar", estima.

Bares

O conteúdo exibido nas tevês, explica Cordeiro, pode ser customizado para cada estabelecimento e para aquele momento de diversão. "Nossa proposta é oferecer nos programas assunto para a conversa na mesa do bar", explica. A ideia da Enox é que o próprio conteúdo comercial – que deve ocupar 30% da programação – seja feito especialmente para este espaço. O diretor aposta ainda que a mídia passe, em breve, a ser interativa – com atualização, em tempo real, via computador. "Com o equipamento on-line, será possível mostrar os últimos posts do Twitter, ou ainda fotos feitas no próprio bar", diz.

Gerente de uma rede de bares, Ricardo Farah usa os televisores como canais de comunicação interna, para divulgar as próprias empresas e assuntos relacionados a elas. "A escolha do conteúdo é bastante criteriosa e sempre ligada à diversão, que é o nosso principal negócio", conta. As tevês estão instaladas no Sheridan’s, no Peggy Sue e no Mustang Sally, mas ele diz que é possível que em breve sejam instaladas também nos outros bares da rede. "No começo, alguns se incomodaram. Mas hoje a receptividade é muito boa", conta o gerente.

Oferecer espaço publicitário para terceiros, no entanto, está fora dos planos. "Muita publicidade pode acabar fugindo do nosso foco", justifica Farah. Os programas incluem receitas de pratos e drinques, por exemplo, que são oferecidos nos bares da rede. O conteúdo é produzido por uma produtora especializada. Farah não revela o investimento total, mas garante que ele traz um bom retorno.

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