• Carregando...
Credores querem a venda da fábrica para quitar débitos | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Credores querem a venda da fábrica para quitar débitos| Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo

Números

400 empregados estão ativos hoje na Busscar, contra 5 mil de anos atrás. Há também outros 1 mil funcionários nas outras empresas ligadas à marca: Tecnofibras (especializada na transformação de plástico com fibra de vidro para o setor automotivo) e Climabuss (fabricante de ar condicionado para ônibus).

Com cerca de 60 anos de atuação no mercado de fabricação de carrocerias de ônibus, a Busscar está em processo de recuperação judicial desde outubro do ano passado e tenta evitar a falência. A crise que abateu a empresa catarinense nos últimos anos abriu caminho para as concorrentes. Os principais clientes da Busscar no Paraná hoje optam por outras encarroçadoras, entre elas uma paranaense – a Mascarello, com sede em Cascavel.

A Busscar entrou no mercado em 1990, mas desde 1946 a família Nielson – fundadora da marca – já tinha negócios em Joinville, Santa Catarina. A empresa chegou a ter cinco mil funcionários em um complexo industrial de 84 mil metros quadrados. Mas acumulou uma dívida de R$ 1,3 bilhão com fornecedores e funcionários. Hoje, ela se mantém em atividade em Joinville com mil funcionários, sendo 400 ativos, na fabricação de ônibus, e mais 1 mil nas empresas Tecnofibras (especializada na transformação de plástico com fibra de vidro para o setor automotivo) e Climabuss (fabricante de ar condicionado para ônibus).

Para evitar a falência, a empresa apresentou a proposta de Modificação e Consolidação do plano de recuperação judicial, mas ela foi contestada por credores. Entre eles estão as empresas Prata e R.R, antigas sócias da Busscar. Em nota, as empresas informaram que defendem a venda da fábrica de carroceria, enquanto que a empresa pretende seguir outros caminhos, como a possibilidade de ingresso de ex-funcionários como sócios ou a venda das demais empresas do grupo. A próxima assembleia dos credores ocorre no dia 7 de agosto.

Desde o pedido de recuperação judicial, a fabricação de ônibus é feita por encomenda e a produção foi de 207 ônibus no período. Quem circula pelas cidades e estradas do Paraná ainda pode perceber alguns ônibus da marca em atividade. O diretor-operacional do grupo Gulin, Gelson Forlin, lembra que a última aquisição ocorreu há cerca de três anos. O grupo congrega as empresas Viação Campos Gerais (VCG), em Ponta Grossa, Glória e Marechal, em Curitiba, e Imperatriz, em Florianópolis. Em Ponta Grossa, há um único exemplar fabricado em 1998 e que está à venda. Na Viação Garcia e na Princesa dos Campos, as aquisições da Busscar também ocorreram há cerca de três anos.

"Para nós é lamentável, como temos cerca de quatro empresas tradicionais, perder a Busscar significa termos 25% a menos no mercado como opção", comenta Forlin. Na Garcia, com sede em Londrina, a última atualização da frota foi feita com ônibus da Marcopolo. A empresa, do Rio Grande do Sul, é líder no mercado nacional. Conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), em junho deste ano, foram produzidos 2.696 ônibus no Brasil, sendo que 66% da produção ficaram concentradas nas unidades da Marcopolo, no Rio Grande do Sul, na Induscar, em São Paulo, e na Neobus, também no Rio Grande do Sul.

A Mascarello, que tem planta fabril em Cascavel, produziu 175 unidades em junho. Para o diretor comercial do grupo, Jacel Duzanowski, a situação da concorrente é lamentável. Ele acredita, porém, que a marca não será extinta do mercado, mas sim adquirida por outro grupo. "O mercado do Paraná é um dos objetivos da Mascarello, queremos muito que as empresas paranaenses comprem ônibus produzidos aqui no estado", afirma.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]