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O dólar fechou em leve baixa ante o real nesta quinta-feira, acompanhando o viés do mercado externo em meio à rolagem de contratos futuros.

A moeda, porém, continuou presa à estreita faixa de 1,750 a 1,775 real pelo sexto dia seguido, com os agentes pouco dispostos a assumir muitos riscos diante da incerteza sobre a atuação do Banco Central.

A divisa dos Estados Unidos recuou 0,56 por cento, para 1,761 real. Nesta sessão, o dólar oscilou entre 1,758 e 1,769 real. O volume parcial de operações registradas na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, até pouco antes do fechamento, era de cerca de 3 bilhões de dólares.

No exterior, o euro superou 1,31 dólar pela primeira vez desde maio, após dados da zona do euro sustentaram a avaliação de que as perspectivas para a Europa têm melhorado mais rapidamente do que as para os Estados Unidos.

O mercado continuou concentrado na rolagem de contratos futuros em vencimento com a proximidade do fim do mês. De acordo com dados da BM&FBovespa, pouco mais de metade desse movimento já havia sido completado até quarta-feira, com 353 mil contratos em aberto no vencimento de agosto e 388 mil contratos no vencimento de setembro.

Normalmente, a rolagem de derivativos torna o mercado mais volátil por causa da disputa dos agentes pela taxa de referência (Ptax) mais favorável. Neste mês, porém, esse movimento pode ter acontecido um pouco antes do normal.

"Podem ser dois motivos. Ou é o pessoal preocupado com falta de liquidez, ou, o que eu acho que pode ser maior, é uma preocupação com um swap (reverso)", disse Arnaldo Puccinelli, gerente de mercados financeiros da Terra Futuros.

O mercado aguarda desde sexta-feira a possibilidade de um leilão de swap cambial reverso pelo Banco Central, após uma sondagem a bancos "dealers". Esse contrato seria uma forma de o BC comprar dólares no mercado futuro, onde a oferta, principalmente por investidores estrangeiros, tem sido a maior responsável pelo viés de valorização do real.

Um dos principais motivos para uma intervenção do BC por meio de derivativos, porém, se atenuou nesta quinta-feira. As taxas de juros locais em dólares, que vinham subindo com força em meio à escassez de moeda no mercado à vista e à expectativa de entradas futuras, mudaram o rumo e caíram amplamente.

O FRA (forward rate agreement) de cupom cambial para outubro, de prazo mais curto, recuava a 1,88 por cento, ante 2,75 por cento na máxima desta semana para o vencimento de setembro, até então o de primeiro vencimento.

Dois operadores ouvidos pela Reuters afirmaram que a rolagem de contratos futuros distorce a formação do FRA e estava tendo efeito sobre as taxas. Eles ponderaram, no entanto, que a possibilidade de que o mercado à vista tenha recebido em torno de 1 bilhão de reais em entradas na véspera pode ter ajudado a aliviar a pressão sobre o cupom.

"Me parece que ontem teve umas entradas grandes que equilibraram essa taxa e deu uma melhorada na escassez de dólar pronto (à vista)", disse uma das fontes.

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