São Paulo - No auge da expansão da economia, no ano passado, as principais seguradoras do país disputavam novos e antigos clientes por meio de redução de preços, especialmente no setor de veículos. Passado o período de bonança, a conta chegou e agora essas mesmas empresas buscam recuperar margens de ganho para equilibrar suas reservas e se manterem solventes. Para o consumidor, o resultado foi um aumento médio de 8% a 10% nos preços das apólices de seguros de veículos em São Paulo, em relação ao ano passado, segundo o Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros).
O aumento é o primeiro que ocorre após quatro anos de redução nos preços. Os valores dos prêmios pagos às seguradoras não são controlados no país. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), reguladora do setor, os prêmios arrecadados no ano até maio somaram R$ 6,57 bilhões, valor 9,65% maior do que no mesmo período do ano passado, sem excluir efeitos da entrada e da saída de apólices. Quando o consumidor renova o seguro de um carro, a tendência é ter sempre o valor reduzido por conta da desvalorização do veículo segurado, além de desconto concedido ao cliente que não teve sinistro. Neste ano, além do esforço para recuperar margens, as seguradoras enfrentam ainda um pequeno aumento na sinistralidade (colisão e roubo) em relação ao ano passado. Segundo a Susep, de cada R$ 100 arrecadados, R$ 67 iam para cobertura de sinistros em maio, data do levantamento mais recente; no mesmo mês de 2008, eram R$ 65. O setor trabalha historicamente com 70% dos prêmios direcionados aos sinistros.
As seguradoras afirmam que algumas peças de reposição desapareceram do mercado e que os preços estão bem maiores que os do ano passado, uma vez que muitas dessas empresas reduziram o volume produzido devido à crise.
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