• Carregando...

Os caminhoneiros autônomos que fazem a distribuição de combustíveis no comércio varejista da cidade de São Paulo devem decidir em assembleia na manhã desta terça-feira se acatam a determinação da Justiça de suspensão da greve de boicote à restrição de circulação de caminhões em horários de pico na Marginal Tietê. A via é uma das mais importantes para a fluidez do trânsito da capital paulista e também para o escoamento de veículos que estão de passagem pela cidade.

Na noite de terça-feira, o juiz Emilio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, concedeu liminar determinando a retomada da normalidade da entrega de gasolina, etanol e diesel sob pena de aplicar multa diária de R$ 1 milhão aos sindicatos envolvidos com a paralisação.

O Sindicato dos Transportadores de Rodoviários de Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) ainda não sabe se os caminhoneiros responsáveis pela distribuição de combustíveis em São Paulo voltarão ao trabalho.

"Tenho conhecimento da liminar mas ainda não fui notificado", explica o presidente do Sindicam, Norival de Almeida Silva. "Mesmo assim, já acatamos a decisão e estou cumprindo o que determina a liminar. Não estamos fechando ruas e nem fazendo protestos", completa.

Segundo Norival, o sindicato aguarda a entrega da notificação para marcar uma assembleia com os caminhoneiros, que vão decidir se voltam ou não ao trabalho. "A decisão de manter a paralisação será deles, o Sindicam não tem nada com isso, já estamos cumprindo o que determina a justiça. Eu não quero ser punido", diz.

Em conversa com os trabalhadores na noite de terça, segundo Norival, "parte deles concordou em voltar ao trabalho nesta quarta, mas a maioria não concorda com a Justiça. Eles dizem que os caminhões são deles e que não retornarão ao trabalho".

Os caminhoneiros autônomos que fazem a distribuição de combustível na Região Metropolitana cruzaram os braços desde a manhã da segunda-feira, quando teve início a restrição de caminhões nos horários de pico pela Marginal do Tietê e em outras 25 vias da cidade.

O protesto gerou uma corrida aos postos de combustíveis. Na manhã desta quarta-feira, ainda era possível observar filas em alguns desses estabelecimentos. Em consequência da greve, os consumidores passaram a pagar mais caro para abastecer. A Fundação Procon de São Paulo informou que vai apurar as denúncias de abusos.

Levantamento feito pelo Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Cargas Líquidas indicava que 80% dos postos não tiveram a reposição de estoque na terça.

Pelo menos cem postos, dos cerca de dois mil existem na região metropolitana, estavam sem combustível até o começo da noite de terça. Ainda não há previsão de quando a distribuição estará normalizada.

Escoltas

A Polícia Militar mantém hoje os serviços de escolta a caminhões-tanque que sairão dos centros de distribuição para garantir a entrega de combustível em serviços essenciais, como o transporte público e a coleta de lixo.

Segundo levantamento da Polícia Militar, desde as 20 horas de terça, até as 5h30 desta quarta, os policiais fizeram 23 escoltas de 53 caminhões de distribuidoras da Shell e da Petrobrás.

As últimas foram feitas para as zonas sul e norte. Dois caminhões saíram do terminal da Petrobras em Barueri, na Grande São Paulo, escoltados até os aeroportos de Congonhas, na zona sul, e de Cumbica, em Guarulhos, e para a cidade de Santo André.

Para a zona oeste, um caminhão foi escoltado até o Jardim Alba, para abastecer a Viação Tupi. Outros sete caminhões foram escoltados para abastecer a região de Osasco. Para a manhã de hoje estão previstas mais três escoltas para outras regiões de São Paulo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]