A movimentação de produtos importados pelo Porto de Paranaguá também é celebrada pela Appa. "Já se foi o tempo do discurso de que exportar é o que importa. Hoje o mundo nos mostra que as economias mais pujantes tratam a importação com a mesmo relevância da exportação", diz o chefe do departamento de planejamento da Appa, Daniel Lúcio de Souza.
Os navios carregados com sal, importado do Chile e também adquirido no Nordeste do Brasil, ganharam prioridade de atracação no porto. Isso porque uma ordem de serviço da Appa, do final do ano passado, prioriza os navios que precisam de bastante mão-de-obra, como no caso dos produtos ensacados. A indústria Romani, que fabrica o Sal Diana, espera aumentar em 10% a importação de sal neste ano. Segundo informações da empresa, a prioridade de atracação é fundamental, porque como a carga é muito barata, não compensa pagar eventual multa pela espera prolongada.
A Romani tem 280 funcionários e fornece o produto para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No ano passado, a indústria refinou 220 mil toneladas do produto e, neste ano, deve chegar a 250 mil. A importação de sal pelo Porto de Paranaguá, segundo dados divulgados pela autarquia, foram de 137 mil toneladas, 85% superior ao do ano anterior.
Nos primeiros meses deste ano, um produto de destaque entre os importados no Porto de Paranaguá foi o malte de cevada. Até a primeira quinzena de maio, foram importados 74,3 mil toneladas do produto, contra 10,1 mil do mesmo período de 2005. Os navios, que trazem o malte da Argentina, Uruguai, Bélgica e Canadá, também ganharam prioridade na atracação, pela perecebilidade da carga.
O volume também representa o aquecimento no mercado cervejeiro, de acordo com Alexander Schwarz, do departamento comercial de malte da Cooperativa Agrária Mista Entre Rios. Se mantido o ritmo dos primeiros meses do ano, a tendência é o Porto de Paranaguá recuperar sua importância na importação de malte, que chegou a atingir 378 mil toneladas em 1996, e desde então vinha decaindo, chegando a apenas 42 mil toneladas em 2005. (RF)



