
SÃO PAULO - A fabricante brasileira de aeronaves Embraer informou ontem que, em consequência da crise econômica internacional, vai demitir mais de 4 mil funcionários e revisou para baixo as previsões de produção e investimentos para 2009. Em carta enviada aos trabalhadores, o presidente da companhia, Frederico Curado, avaliou que a crise atual não é um problema temporário, que pode ser resolvido no curto prazo ou que poderia ser contornado com algum tipo de solução transitória.
"Como decorrência da crise sem precedentes que afeta a economia global, em particular o setor de transporte aéreo, tornou-se inevitável efetivar uma revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal, adequando-os à nova realidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas", informou a empresa.
As demissões vão atingir cerca de 20% do efetivo de 21.362 empregados da empresa e se concentram na mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, incluindo a eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial. A empresa informou que a mão-de-obra de engenharia será mantida nos programas de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias.
A Embraer também informou que reviu suas estimativas para 2009. A empresa estima entregar 242 aeronaves no período, com uma receita prevista de US$ 5,5 bilhões. A previsão de investimentos foi revisada para baixo, para US$ 350 milhões neste ano.
A companhia alegou que, embora tenha sede no Brasil, depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global e que mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações.
No documento enviado aos funcionários, o presidente da empresa diz que um agravante no atual quadro de dificuldades é a significativa redução da oferta de crédito para financiamento de aeronaves. "Agravando essa situação, nesses últimos meses o mercado de aviação executiva entrou em uma espiral descendente, causando uma quase paralisação de novas vendas e grande quantidade de pedidos de cancelamentos e adiamento de encomendas existentes", diz o executivo.
Em nota, o sindicato dos trabalhadores reclamou que os cortes anunciados ontem não foram comunicados oficialmente à entidade, apesar dos pedidos nos últimos meses para que fosse agendada uma reunião para discutir o assunto.
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