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A Embraer, terceira maior fabricante mundial de jatos comerciais, está criando uma empresa para se dedicar exclusivamente aos negócios de defesa e segurança, que devem ter receita superior a 1,5 bilhão de reais em 2011.

"O Brasil tem papel de crescente relevância no cenário geopolítico mundial e o Ministério da Defesa, por meio da Estratégia Nacional de Defesa, estabeleceu uma visão de vanguarda para o posicionamento da indústria nacional nesse novo contexto", afirmou em comunicado o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado.

A ofensiva na área militar --que durante décadas respondeu pela maior parte das vendas da companhia-- se insere nos esforços da Embraer de diversificar seu faturamento, atualmente concentrado nos segmentos de aviação comercial e executiva, ambos suscetíveis aos altos e baixos da economia.

A nova unidade empresarial Embraer Defesa e Segurança será presidida por Luiz Carlos Aguiar, atual vice-presidente financeiro da Embraer e que já esteve à frente da vice-presidência de Defesa da companhia. Aguiar acumulará, por enquanto, as duas funções.

O atual vice-presidente da Embraer para o Mercado de Defesa, Orlando José Ferreira Neto, renunciou do cargo e assumirá outra posição na empresa.

Criada pelo governo brasileiro há 41 anos para desenvolver aviões militares, a Embraer é mais conhecida do público recente por seus jatos comerciais, principal aposta feita depois da privatização da companhia, em dezembro de 1994.

"O negócio de defesa e segurança da Embraer... se fortalecerá nos próximos anos, não apenas no atendimento às necessidades do Brasil, mas também no que tange a exportações", disse Aguiar em nota.

O portfólio de produtos da Embraer em Defesa inclui no momento aeronaves de patrulha e vigilância, aviões de combate leve e treinamento e jatos de transporte. Segundo a empresa, mais de 30 forças de defesa no mundo operam produtos e sistemas da Embraer.

A Embraer trabalha no desenvolvimento do cargueiro KC-390, previsto para entrar em serviço em 2015 e que será o maior avião já produzido no Brasil.

A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Embraer assinaram em abril do ano passado contrato de 1,3 bilhão de dólares para o desenvolvimento e fabricação de dois protótipos do KC-390, que substituirá os aviões C-130 Hércules da frota da FAB. Em julho passado, a FAB assinou carta de intenções para compra de 28 unidades do cargueiro.

Depois disso, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca manifestaram interesse em adquirir aeronaves KC-390. Somadas à encomenda preliminar da FAB, serão até 54 cargueiros.

A Embraer ainda não definiu o preço de tabela do KC-390. A fabricante informou anteriormente que pretende ter um terço do mercado global de cargueiros estimado em 700 unidades em 15 anos, o que significaria receita de 18 bilhões de dólares. Com base nos números, é possível chegar a um valor médio perto de 80 milhões de dólares por avião.

Para 2010, o segmento de Defesa deve representar receita de 650 milhões de dólares de um faturamento total de 5,25 bilhões de dólares da Embraer. O mínimo de 1,5 bilhão de reais projetado para a área no ano que vem já representaria ao câmbio atual cerca de 875 milhões de dólares, um crescimento de quase 35 por cento.

As ações da Embraer exibiam queda de 0,08 por cento às 13h11, cotadas a 12,26 reais. O Ibovespa exibia alta de 0,23 por cento.

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