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Seja em qualquer época, empreender não é uma tarefa fácil. Além de planejamento, os grandes empreendedores devem reunir competências estratégicas como senso de oportunidade, coragem, resiliência e capacidades de estabelecer relações. Porém, mais que isso, olhar para o contexto atual é um exercício necessário para quem deseja ter sucesso com uma boa ideia.

Não por acaso, tenho falado muito da questão da sustentabilidade neste espaço. Inegavelmente, a busca por novos modelos de consumo e produção, embasados na ética ambiental e social, é um fator que altera a composição de novos negócios.

Entretanto, hoje gostaria de trazer outro tema igualmente importante. Há pouco tempo li o "MacroWikinomics", escrito por Anthony D. Williams e Don Tapscott, que fala sobre outra questão inerente ao nosso tempo: o fim da Era Industrial. Sei que falando assim, parece ser um assunto ultrapassado, afinal, muitos devem ter estudado este período durante o ensino médio. Contudo, a Era Industrial é mais presente que imaginamos nesta chamada Era do Conhecimento.

Segundo os autores, nós replicamos o modelo de produção industrial em praticamente todas as áreas. Ainda nos baseamos por métricas, escalas, padronizações e a concentração do conhecimento. Outra herança deste tempo é hierarquização ainda fortemente presente na política, empresas e instituições no setor público e privado, gerando frustração naqueles que não participam do processo decisório.

Estes são fatores que este tempo não comporta mais. Com a chegada da internet e a inovação em processos e produtos, hoje é preciso estabelecer canais abertos com o mundo, ouvir seus clientes, o mercado e a sociedade no momento de empreender. Mais que isso, é preciso pensar em um modelo de gestão que seja colaborativo, menos hierarquizado, livre de amarras técnicas e que promova um ambiente de inovação e bem estar para aqueles que participam. Dar importância para o grande insumo desta época, a informação, é o diferencial competitivo que fará da sua boa ideia um bom negócio.

Norman de Paula Arruda Filho, presidente do ISAE/FGV.

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