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Darci Piana saiu de casa aos 13 anos e começou a se sustentar com entregas feitas de bicicleta | Antônio More/Gazeta do Povo
Darci Piana saiu de casa aos 13 anos e começou a se sustentar com entregas feitas de bicicleta| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

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Chegar à presidência de uma entidade requer uma certa dose de empreendedorismo, seja na área empresarial ou na vida pessoal. Neste aspecto, Darci Piana, presidente da Federação do Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio-PR), começou cedo, por questão de sobrevivência.

Gaúcho de nascimento, mas paranaense de criação, aos 13 anos se viu sozinho em Palmas, no Sul do estado, quando sua irmã, com quem morava, se mudou. Resolveu permanecer na cidade sozinho, para continuar os estudos, subsidiados pelo pai. Em um dia que voltou de férias à casa dos pais, porém, ouviu conversas que o magooaram. "Estavam falando que eu estava estudando apenas para ficar com as propriedades do meu pai. Não gostei e resolvi me virar por conta própria", relembra.

Em um hotel em Palmas, conseguiu garantir hospedagem e alimentação em troca de trabalho. "Meu primeiro empreendimento foi sobreviver", conta. Para ganhar dinheiro, comprou uma bicicleta e começou a fazer serviços de entrega na rodoviária da cidade.

Mais tarde, veio a Curitiba prestar vestibular para Economia. Passou. Para se manter na capital, trabalhou em uma fornecedora de autopeças, no departamento de compras. Depois de quatro anos, abriu seu próprio escritório de representações. "Fiquei sabendo quais eram as empresas que não tinham representantes. Passei, então, a me propor a ser o representante. Atendia 17 empresas multinacionais, como consultor", salienta.

Mais tarde, buscou outra atividade. Achou que deveria ser distribuidor de autopeças. "Eu me desfiz da representação para ir a esse ramo. Foi meu grande negócio", ressalta. Percebendo que havia uma fatia de mercado não atendida, abriu outra distribuidora, para complementar o trabalho da primeira. "Porém, o mundo tem seus percalços. Essa empresa foi roubada e durante o roubo houve um incêndio", recorda. Na época em que fez o seguro de sua empresa a inflação estava baixa, mas quando houve o incêndio a alta de preços voltou galopante. "O que eu recebi não deu para pagar a pintura. Foi um grande prejuízo, que teve de ser coberto pela outra empresa", destaca.

Para diversificar os negócios, Piana investiu no setor de briquet de carvão, baseado na análise de que o mercado de exportações ia bem. Mas com a queda do dólar nos últimos anos ficou difícil manter a empresa. A fábrica, em União da Vitória, está sendo negociada. "Não estamos arrependidos, fizemos o investimento, ganhamos mesmo com dificuldades. Não é mais o momento do negócio. Chega uma certa idade, não justifica mais ficar no processo. O que sei é que desde criança eu quis ser empresário", salienta.

Incentive o protagonismo dentro da empresa

Ainda na faculdade, Darci Piana montou uma espécie de fundo de investimentos – muito comum hoje, mas inovador na época. A intenção era arrecadar dinheiro para a formatura. Uma das ideias capitaneadas por Piana foi usar o dinheiro para empréstimos, para, no fim da faculdade, ter mais dinheiro para a festa de formatura. Deu tão certo que serviu também como pontapé inicial dos seus negócios. "Emprestávamos o dinheiro para receber mais tarde. Isso foi tão fantástico, no final tínhamos tanto dinheiro que aquilo assustou a gurizada. Com esse dinheiro, dividido pelos alunos, comprei um carro para montar o escritório de representação", relembra.

Equipe

Piana retribui o sucesso das suas empresas – e por consequência, da sua carreira – à sua equipe. "Um empresário precisa estar bem assessorado", pontua. Como contrapartida, sempre pregou o empreendedorismo entre seus funcionários. "Eu sempre ajudei a criar pequenas lojas para os funcionários que tinham a aptidão. Dou um estoque para que ele passe a ser dono da loja. É como uma franquia ao inverso e no fim sempre fica o cordão umbilical entre nós, dessa vez comercialmente", salienta.

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