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Aline Musio recorreu à Sociedade Garantidora para conseguir aval para um empréstimo mais barato. | Ivan Amorim/Gazeta do Povo
Aline Musio recorreu à Sociedade Garantidora para conseguir aval para um empréstimo mais barato.| Foto: Ivan Amorim/Gazeta do Povo

Além de dominar a expertise do negócio, o empreendedor precisa, sim, entender de finanças. E acompanhá-las de perto, pois é esse controle que vai dar suporte às suas decisões. Saber quanto entra no caixa, depurar o faturamento, ter controle dos pagamentos e recebimentos vai ajudar a definir o planejamento financeiro que baliza seus movimentos estratégicos.

INFOGRÁFICO: Conheça o comportamento financeiro dos pequenos e médios empresários, conforme pesquisa do Sebrae

Não dar a devida atenção aos números pode mascarar os resultados e levar a decisões equivocadas. “O controle financeiro precisa ser completo e verdadeiro, e deve ser adotado por qualquer porte de empresa”, avalia a consultora Eliana de Paula, fundadora da Gerencianet, empresa de gestão financeira empresarial. Separar a conta pessoal da empresa é o primeiro passo para a organização financeira, além de ser fundamental para trabalhar com valores reais, sem distorções.

A partir daí, a orientação é fazer registros diários de contas a pagar e receber, ter atenção a datas e compromissos, controle de custos fixos e variáveis. Com essas informações, o empreendedor consegue estabelecer as necessidades reais de recursos para investimentos, provisionamentos e aplicações financeiras. “É normal que a empresa tenha períodos de caixa positivo e negativo devido à sazonalidade do negócio. Mas o controle diário é a base para estabelecer uma planilha de longo prazo, de até um ano, essencial para o planejamento financeiro”, observa Piero Contezini, fundador da Asaas, especializada na gestão de cobranças de micro e pequenas empresas.

O acompanhamento rigoroso sobre o andamento do negócio é necessário antes mesmo de abrir as portas. E, muitas vezes, pode fazer a diferença entre conseguir financiamentos mais baratos. Foi o que aconteceu com a empresária Aline Garcia Musio Ramos, de Maringá. Ela e a sócia precisaram recorrer a um empréstimo para concluir a reforma do imóvel da loja de roupas inaugurada na primeira quinzena de novembro.

A duas semanas do fim das obras, Aline precisou de dinheiro para o acabamento. “Precisamos de 20% do total do nosso investimento para concluir a reforma e abrir as portas”, conta. Com a orientação do Sebrae, onde tinha participado de cursos e consultorias, Aline procurou a Sociedade Garantidora de Crédito da cidade para conseguir melhores condições de financiamento. Munida de um plano de negócios detalhado e da carta de aval, a empresária conseguiu liberar o dinheiro em 15 dias. “Economizei em taxas e burocracia”, diz.

A partir de R$ 1 mil

É a média exigida por cotas de Fundo de Investimento de Renda Fixa de Crédito Privado, aplicação financeira indicada para empresas que têm sobra de caixa. A modalidade tem rendimento médio de 10,5% ao ano e permite liquidez diária.

Crédito caro no financiamento dos negócios

A falta de informação sobre os números da empresa e as possibilidades de crédito empresarial existentes no mercado pode custar caro ao negócio. Pesquisa do Sebrae Nacional mostra que o comportamento financeiro do empreendedor será um risco extra ao buscar linhas de financiamento para operações de curto prazo.

Financiar o capital de giro é o objetivo de 58% das empresas que recorrem a empréstimos, seguido de compra de mercadoria (31%) e de máquinas e equipamentos (30%). Entre as modalidades de financiamento, o pagamento de fornecedores a prazo é a principal ferramenta para 67% das empresas consultadas entre março e junho de 2015. O cheque especial é a terceira opção, para 29% dos pesquisados. “É um dinheiro muito caro, que demonstra a falta de monitoramento dos recursos e dos instrumentos disponíveis no mercado”, avalia o consultor Flavio Locatelli, do Sebrae-PR.

Para o consultor, o empreendedor precisa tornar a instituição financeira uma aliada da empresa. Investir no relacionamento com a instituição, mantendo cadastros atualizados e concentrando serviços corporativos, ajuda a estabelecer melhor avaliação de risco e crédito. “Tratar o banco ou instituição financeira como um fornecedor ajuda a conhecer melhor os produtos disponíveis no mercado e a negociar taxas mais adequadas do perfil”, diz.

Entre as alternativas de crédito com foco na atividade empresarial, há agências de fomento, sociedades garantidoras, microcrédito, entre outras. A gestão financeira dá o controle das contas ao empresário e também o poder de decisão pela proposta que cabe no bolso e nos seus planos de desenvolvimento.

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