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Com a Copa se aproximando, empresa quer faturar 80% mais | Ivan Amorin / Gazeta do Povo
Com a Copa se aproximando, empresa quer faturar 80% mais| Foto: Ivan Amorin / Gazeta do Povo

De olho na oportunidade

A ex-pedagoga Neide Grande se aventurou em uma área totalmente desconhecida. Mesmo entendendo pouco do mercado, ela soube identificar uma oportunidade, avalia a consultora do Sebrae de Maringá Vania Paula Claus.

Ela comenta que iniciativa é o ponto forte do bom empreendedor. Exemplo de Neide, que, por conta própria, decidiu pesquisar e avaliar o mercado. "A oportunidade está em todo lugar, é preciso identificá-la", diz Vania.

"Ler" o mercado

Mesmo diante de tantas invenções e inovações, a consultora diz que é possível começar do zero e se destacar no negócio. Para tanto, é preciso saber "ler" o mercado e encontrar o que falta até mesmo nos serviços já existentes.

Como exemplo, ela cita o "marido de aluguel", empreendimento que uniu serviços que antes eram feitos isoladamente por encanadores, eletricistas e pintores. "Às vezes, as pessoas não sabem do que precisam. É aí que entra o empreendedor para oferecer algo diferente e estimular o consumo", completa a consultora.

Verde, amarelo, azul e tantas outras cores se misturam nos tecidos em uma fábrica de bandeiras em Marialva, no Norte do Paraná. Com quase duas décadas de existência, a Chamego Brasileiro foi criada após a pedagoga Neide Grande enxergar um nicho de mercado regional. O empreendimento vingou e hoje atende empresas privadas e órgãos governamentais em todo o país, incluindo o Palácio do Planalto.

Os endereços dos pedidos são variados. A quantidade e os tamanhos das bandeiras, também. Entretanto, todas garantem a lucratividade do empreendimento montado pela ex-pedagoga. O filho e sócio de Neide, Jean Marcelo Grande, conta que o negócio familiar surgiu após uma necessidade frustrada e muita pesquisa.

No início de 1990, quando ainda era diretora de uma escola no município, Neide teve dificuldades em encontrar bandeiras para hastear na semana da Pátria. A pesquisa informal feita por ela revelou que não havia fornecedores na região. Os únicos encontrados eram em São Paulo, com alto custo e demora na entrega.

Quatro anos depois ela se aposentou. Com tempo livre, contratou uma equipe de marketing e pediu uma pesquisa de mercado regional. A constatação: a demanda existia e a dificuldade em encontrar o material era compartilhada por empresas, escolas e prefeituras.

O próximo passo foi fazer as contas e estudar a Lei n.º 5.700/71, denominada Lei da Bandeira – para se adequar ao uso dos símbolos e, assim, confeccionar o material. Poucos meses depois a empresa lançou sua marca. Segundo o filho, as encomendas logo chegaram. Os empresários foram então à procura de editais do governo, onde a oferta também era grande. Por meio de licitação conseguiram chegar ao Planalto e em várias prefeituras do país. Desde então, confeccionam bandeiras para diversos órgãos públicos. "Muitas das bandeiras das Forças Armadas saem daqui", diz Jean Marcelo.

Em uma área de 900 m², 60 funcionários se revezam em até três turnos. Grande não revela os números de produção, diz apenas que recebe dezenas de pedidos que chegam a até 30 mil peças por cliente. Com a Copa do Mundo se aproximando, a expectativa é aumentar as vendas em até 80% e, consequentemente, o número de funcionários. O empresário reforça também que o ritmo acelerado deve seguir até 7 de setembro, data da Independência do Brasil.

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