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Serviço

Design Thinking, workshop de inovação e empreendedorismo

Dias 5 e 6 de abril, das 9 às 18 horas, no Iguassu Coworking, Avenida Paraná, 974, sala 201, em Foz do Iguaçu. Inscrições por R$ 600, no site http://goo.gl/wI0Hof.

Desbloquear a criatividade é um desafio permanente para quem cresceu ouvindo "nãos" desde criança. O processo é importante para buscar ideias inovadoras, que vão transformar a atividade empreendedora. É a partir desse exercício que o professor Marcelo Pimenta, curador da área de empreendedorismo da Campus Party e especialista em estratégia empresarial, conduz seus alunos da disciplina de Gestão da Inovação do curso de pós-graduação em Marketing Digital da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). "Inovar não é natural. Criamos padrões cerebrais para manter o comportamento sempre igual. Por isso é importante o exercício permanente", diz.

Pimenta conduz o workshop Design Thinking, dias 5 e 6 de abril, em Foz do Iguaçu, onde mostra como elevar as ideias criativas à condição de ações inovadoras, que tiram o empreendimento do lugar comum. Aqui ele dá dicas das ferramentas disponíveis para conquistar a inovação. Empreendedorismo e inovação andam juntos?

O empreendedor, quando inova, tem mais chance de dar certo. Quando apenas empreende, ele se torna mais um. Um exemplo: a criação de uma padaria. Se não ele não criar um serviço inovador, será mais uma no mercado e vai entra em uma matriz competitiva entre o que já existe. Mas empreender em uma padaria que não tem loja física, entrega o pão quente e especial para quem tem demandas distintas, como produto sem lactose ou integral, é uma forma de se destacar. A inovação vale para quem vai abrir um negócio e para quem já tem um, mas que tem dificuldades em ter lucratividade ou conseguir se diferenciar. É fácil empreender de forma inovadora? A inovação é natural?

Inovar não é natural. É algo que, com o passar do tempo, a tendência é retomar a situação como era antes. Como um corte na pele ou um corte do cabelo. O organismo vai recuperar aquele ferimento ou mudança. O mesmo ocorre com a inovação. É comum criarmos padrões cerebrais, para fazer as coisas de forma repetitiva. E isso impede de ver as oportunidades de inovar porque é comum raciocinar que as coisas devem ser feitas sempre da forma. Outra questão que colabora com essa barreira é forma com que nossa criatividade é tolhida ao longo da vida. Uma criança de 4 anos já ouviu mais de 10 mil ‘nãos’: não toque no fogo, não toque na tomada, e assim por diante. Com o passar dos anos, os ‘nãos’ vão aumentando – não pode usar determinada roupa ou cabelo -- e vão tolhendo a criatividade, o que afeta a capacidade de inovação. Há formas de recuperar a criatividade e superar o bloqueio?

É possível recuperar a capacidade criativa por práticas e reassumir a autoconfiança ao criar. Inovar é um processo que pode ser divertido e eficaz, mas é preciso que usar técnicas para quebrar o padrão anti-inovação. Um exemplo é o brainstorm, que ajuda a gerar ideias sobre outras ideias. Outra maneira de buscar essa inovação é aliar ferramentas visuais, como a de modelo de negócios. Para buscar inovação, é preciso sair do verbal e investir no visual. Criar protótipos em atividades de criação coletiva é uma forma. Isso ajuda a recuperar a confiança criativa do empreendedor. Qual o resultado?

Em um exercício de co-criação, há orientações para estimular a participação de todos para chegar ao resultado, estabelecendo desafios. Há dinâmicas que ajudam a conduzir o trabalho. Pode ser feito em grupo e com diferentes materiais, como massinha de modelar, colagem, técnicas de teatro ou bodystorm. Essas ferramentas ajudam a recuperar a capacidade criativa, pois levam a liberação da mente e focam na expansão da criatividade. Qual a diferença entre criatividade e inovação?

Criatividade é o exercício de pensar de uma forma diferente, nova. É pensar no que não foi pensado ainda, ter o exercício livre da imaginação, para transformar o que está ali e ver solução onde todo mundo só vê o problema. A inovação é o próximo passo. Tem a ver com a implementação da ideia e a percepção de valor por parte do cliente. Por exemplo: comer iogurte de garfo é criativo, ninguém pensou nisso, mas não é inovador, porque não transforma a experiência de consumo. Já bebê-lo na forma líquida, sem garfo nem colher, é inovador. E como usar essas habilidades no empreendedorismo?

É preciso trabalhar duas coisas: o desenvolvimento da criatividade e como transformá-la em ações inovadoras. Como pegar as ideias malucas e selecionar as que serão percebidas com valor pelo cliente. É isso que vai diferenciar o empreendimento dos demais. Alguns critérios – que avaliam possibilidades, execução -- ajudam nesse processo. Qual a dinâmica dessa conduta?

Uma das técnicas importantes é o desenvolvimento com o cliente. Antes, a inovação era baseada no segredo. Dentro da sociedade industrial, no século passado, havia uma grande restrição na criação de produtos. A Ford, por exemplo, dizia: tenha um carro preto. Estabelecia-se a necessidade a partir da proposta da indústria. Era tudo muito sigiloso: quando chegava ao mercado, o produto já tinha um potencial de novidade e de exclusividade que eram importantes nessa época. Hoje, isso mudou. A oferta é muito grande. E lançar um produto no mercado em segredo, aumenta sua chance de fracasso. O consumidor está mais exigente e vai apontar uma série de aspectos que não se tinha pensado anteriormente. Quando o produto vai pra vida real, ele passa por ajustes. Antes, o processo industrial de desenvolvimento e criação do produto era interno e o lançamento já incluía tudo: plano de marketing, campanha publicitária. Não tinha como resgatar, caso não desse certo. Hoje, o produto é co-criado com o cliente, a partir da ideia inicial. No exemplo do caso da padaria: a primeira coisa é testar os produtos em escala menor, com vizinhos e amigos, para perceber o valor que a clientela dá à criatividade Qual a importância da co-criação ?

É o cliente que vai ajudar a valorar o produto. Não dá mais para empurrar tudo pronto para o consumidor. Esse teste que vai dar mais informações para aprimorar a ideia criativa inicial, transformando-a em inovadora. O insight que o empreendedor tem a partir do consumidor é de extremo valor. É preciso entendê-lo. E, depois, ajudar a calibrar o mercado: é melhor atender à maioria ou o nicho? Em geral, a dica é escolher o filão para investir e se destacar no negócio. Como aplicar no empreendimento?

O modelo de negócio vai orientar o planejamento. Desde como será a produção, com suas características específicas, até a forma de pagamento, por exemplo. Quando observamos as grandes novidades, percebemos que não há uma diferença essencial do que já existe. Mas há pequenos detalhes inovadores. O Whatsapp, por exemplo: ele aprimora um comportamento, o de comunicar-se por SMS, com diferenciais como gratuidade, transmissão de vídeos e fotos ou a formação de grupos. A experiência muda.

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