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por Edson Rigonatti

Empreender ou investir, é administrar situações de altíssimo risco. É saber que existe chance das coisas darem certo e errado. E para gerenciar riscos é imprescindível medir, medir e medir. E uma vez medido, é preciso decidir o que fazer.

Mas infelizmente, decidir o que fazer não é uma tarefa fácil. Pelo menos não para nós. Justamente por isso, é importante desenvolver um processo de tomada de decisão, para tentar evitar que as coisas deem errado e aumentar as chances de darem certo.

Ninguém sai de casa pensando "hoje vou tomar a decisão mais esdrúxula da minha vida". Mas todos nós tomamos decisões das quais nos arrependemos. Até as pessoas mais inteligentes tomam a decisão errada. Muitas vezes, decisões estúpidas.

No nosso caso, tentamos tomar decisões em consenso, dentro do nosso comitê de investimento. Muitas empresas tem um conselho de administração, outras um conselho consultivo. Mas acima de tudo, é critico ter um processo de como pensar sobre os problemas e oportunidades, e assim decidir para onde ir.

Quando refletimos sobre os problemas e oportunidades, tentamos sempre ter em mente que:

1) Não somos especiais:a maioria de nós acredita ser especial, ou dotado de algum dom superior. Você se considera feio? Mau motorista? Menos hábil que seu concorrente? Ou acha que se você fizesse parte daquela equipe teria ganho o jogo? Ser otimista ou confiante demais é estatisticamente perigoso. Seja humilde.

2) Cuidado com a âncora:já experimentou tomar uma decisão depois de brigar com seu parceiro? Ou naquele dia que dá tudo errado? Reconheça que somos altamente influenciáveis. O resultado da reunião anterior pode mudar em muito as decisões que vai tomar na próxima. Não se deixe ancorar em pré-decisões. Mantenha uma mente aberta as opções.

3) Não depender de gurus:temos uma grande predisposição a confiar nos especialistas, que sempre sabem de tudo. O que eles dizem nem sempre se aplica a nossa situação específica. Vivemos em um mundo com muitas fontes de informação. Considere as novas ferramentas de BigData ou crowdsourcing para tomar decisões.

4) Prever o imprevisível:é impossível gerenciar um sistema complexo. Quando Garrincha perguntava se já tinham combinado com o russos, era porque ele sabia que não dá para controlar tudo nem todos. Nós não sabemos tudo o que pode acontecer. Ponto.

5) A resposta é...depende:aprender a explorar causas e efeitos é árduo. A melhor técnica que conhecemos é a dos 5 Porquês da Toyta. Descasque 5 cascas da cebola perguntando 5 porquês consecutivos. O máximo que pode acontecer é você chorar. E aprender que tudo depende.

6) O ponto de virada:você já tentou prever qual livro irá vender mais? Ou qual música será o próximo hit? E como uma roupa ou cor vira moda? Nós sabemos que existe um ponto de virada, de ebulição. Mas aonde?

7) Sorte ou habilidade:Eles ganharam o jogo porque deram sorte ou porque eram melhores? Entender o quanto a sorte e a habilidade influenciam uma determinada atividade é extremamente revelador. Um jogo de tênis é altamente dependente de habilidade. Já o resultado da roleta é pura sorte. Se queremos minimizar o azar, temos que ser os mais habilidosos, os melhores naquilo que fazemos.

Acima de tudo, acreditamos que o fundamental é aprender com os erros. Errar rápido. Procure registrar as decisões das suas reuniões de diretoria ou de conselho e no próximo encontro explorar o que levou às boas e as más decisões. É o único jeito de gerenciar o risco.

Edson Rigonatti é sócio da Astella Investimentos. Leia mais sobre empreendedorismo no site da Endeavor

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