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Disparidades persistem, avalia IBGE

Agência Estado

Mesmo com o "manancial de evoluções favoráveis" no mercado de trabalho em 2011, ainda não é possível dizer que o Brasil está na posição de "pleno emprego", uma vez que as disparidades regionais persistem. A avaliação é do gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Cimar Aze­redo. Em Salvador, por exemplo, é possível encontrar taxa de desemprego em torno de 9% na média anual de 2011. No ano passado, o porcentual de trabalhadores com carteira assinada no setor privado do mercado de trabalho foi de 48,5%, acima do apurado em 2010, de 46,3%. Em 2003, 61,2% das pessoas ocupadas contribuíam para a Previdência; em 2010, 68,4%; e, em 2011, a proporção atingiu 71,0%.

Curitiba teve desemprego médio de 3,7%

Vitor Geron

Curitiba e região metropolitana encerraram 2011 com a menor taxa de desemprego já registrada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). No ano passado, a média de desemprego da população economicamente ativa foi de 3,7%.

O índice da capital paranaense também é menor que os verificados nas seis capitais usadas pelo IBGE para o cálculo da média nacional. A taxa média em Salvador, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre no ano passado foi de 6%.

Considerando apenas a desocupação em dezembro, Curitiba também apresentou resultado melhor que as demais capitais. Na capital paranaense, a taxa foi de 3%, bem abaixo da média nacional (4,7%).

Rendimento

O rendimento médio do trabalhador atingiu R$ 1.817,20, em Curitiba, no último mês do ano passado. O número representa uma alta de 0,9% em relação ao mês anterior e de 6,1% na comparação com dezembro de 2010. A média de Curitiba também supera os números apresentados pelas seis capitais pesquisadas pelo IBGE – entre elas, São Paulo registrou o índice mais alto (R$ 1.755,50) e Recife, o mais baixo (R$ 1.157,40).

Após atingir patamares recordes no fim de 2011, o mercado de trabalho deve perder fôlego neste começo de ano, na opinião de analistas do mercado financeiro. A expectativa de arrefecimento leva em conta a perda de ritmo da economia ocorrida mais fortemente no segundo semestre de 2011 – o emprego costuma sentir os efeitos da desaceleração com certa defasagem. Apesar disso, a taxa de desemprego tende a permanecer em níveis historicamente baixos: se por um lado não há muito espaço para mais quedas, também é pouco provável que o nível de desocupação engate uma trajetória de alta expressiva.

O Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE) informou ontem que a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 4,7% da População Economi­ca­mente Ativa (PEA) em dezembro, o menor nível já registrado na série histórica iniciada em 2002. Em novembro, a taxa era de 5,2%.

Moderação

"Em algum momento, o mercado de trabalho vai sentir a desaceleração, não vai ficar imune. De­­veria vir no primeiro trimestre, mas será algo bastante suave, pois acredito que a economia já voltará a se recuperar", diz a economista-chefe do BNY Mellon ARX, Solange Srour.

Como exemplo dos fatores que devem moderar o impacto do desaquecimento da atividade sobre o emprego, Solange cita os estímulos do governo para puxar a atividade e o aumento da confiança dos empresários. "O empresário está mais confiante sobre o crescimento da economia no segundo semestre", disse.

O economista-chefe da Quan­titas Asset, Gustav Gorski, tem opinião semelhante. "Estamos chegando a um momento em que a taxa de desemprego não tem muito mais espaço para baixar nem sinal para subir. Não vejo nada na economia que indique uma reversão de maneira que o desemprego aumente significativamente", avaliou.

Para a economista-chefe da consultoria Rosenberg & Asso­ciados, Thaís Zara, a taxa de desemprego deve voltar a subir neste começo de ano, refletindo efeitos defasados da desaceleração da atividade. "Apesar do ainda bom momento do mercado de trabalho, o primeiro trimestre de 2012 pode ser menos alvissareiro, conforme se propaguem os efeitos da desaceleração do ritmo de atividade vistos ao final do ano passado", avaliou a economista em relatório.

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