O mercado de trabalho formal no Brasil voltou a perder fôlego em maio e registrou o pior resultado para o mês em 21 anos. O número de demissões no País também foi recorde para o período. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, as contratações com carteira assinada superaram as demissões em 72.028, bem abaixo do patamar dos três meses anteriores, quando a criação de novos postos de trabalho superou a marca dos 100 mil por mês. Apenas em 1992, o primeiro ano da série histórica do Caged, o resultado de maio foi menor. Naquele ano, foram abertos apenas 21.533 postos.
A geração líquida de empregos no mês passado representa uma queda de 48,43% em relação ao mesmo período do ano passado, pela série sem ajuste, e de 63,20% considerando os registros das empresas feitos fora do prazo. No acumulado do ano, foram criados 669.279 empregos formais. A meta do Ministério do Trabalho é atingir 1,7 milhão de novas vagas este ano.
As demissões em maio somaram 1.755.094 e as admissões foram de 1.827.122, o segundo melhor resultado para o mês. Na avaliação do ministério, os dados mostram a capacidade da economia de manter o número de contratações em patamar expressivo.
Efeito da crise
A perda de dinamismo do mercado de trabalho, segundo o governo, pode ser justificada, em parte, por um possível deslocamento da demanda por trabalhadores para os próximos meses, em razão do cenário internacional e da redução da expectativa dos agentes econômicos.
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