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A indústria do Paraná fechou em outubro o terceiro mês consecutivo em que cortou postos de trabalho, acompanhando o desempenho negativo da produção. O nível de emprego no setor caiu 2,6% em outubro, na comparação a igual mês do ano passado. O número de horas pagas diminuiu 2,55%, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda do emprego industrial no estado foi puxada pelo segmento da madeira, que reduziu em 20,4% o nível de ocupação em outubro, segundo o economista do IBGE, André Macedo. Também houve mais demissões que contratações nas indústrias têxtil, de vestuário, refino de petróleo e álcool e máquinas e equipamentos. Macedo explica que a queda nestes setores se deve ao câmbio desfavorável, pois negociam com o mercado externo.

Apresentaram saldo positivo no volume de contratações os segmentos da indústria de calçados e couro, produtos de metal, máquinas e aparelhos elétricos e de comunicação e montadoras de veículos.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Luiz Carlos Reis de Toledo Barros, o setor madeireiro passa por grandes dificuldades, inclusive com o fechamento de várias indústrias no estado, como a que dirigia em Iraty, a Emilio Gomes & Filhos S/A. A empresa tinha 90 anos de atuação no ramo de compensados e lâminas e fechou as portas há quatro meses, demitindo 300 funcionários.

Toledo Barros explica que as dificuldades das madeireiras provêm da queda do dólar em relação ao real e a alta do preço da madeira. Segundo ele, a cotação da tora subiu no período de alta do dólar, mas quando as cotações da moeda norte-americana caíram, o preço permaceu nos mesmos níveis. "Os fornecedores precisam se adaptar à realidade do câmbio", alerta.

A necessidade de reconstrução de cidades nos Estados Unidos, após a passagem do furacão Katrina, não surtiu os efeitos esperados no mercado da madeira. Segundo o presidente da Abimce, somente após as conclusões dos levantamentos das seguradoras haverá maior demanda pelo produto brasileiro. A madeira que está sendo usada para a construção de Nova Orleans, segundo ele, é proveniente das florestas que foram ao chão com a passagem do furacão. As toras foram entregues às indústrias americanas a preços atraentes.

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