Puxado pelo setor de transportes (como carros, aviões e barcos), o emprego na indústria teve queda de 6,9% em agosto frente ao mesmo período do ano passado, divulgou o IBGE na manhã desta sexta-feira (16).
Trata-se da 47ª taxa negativa consecutiva nessa base de comparação, ou quase quatro anos de cortes ininterruptos. É a maior queda da série histórica da pesquisa, iniciada em dezembro de 2000.
Todos os 18 ramos da indústria tiveram perdas de vagas em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O que mais pesou foi o ramo de transportes (-12,4%), o que inclui montadoras de automóveis, aviões e barcos.
As perdas de emprego acompanham o fraco desempenho da produção. O IBGE divulgou no início deste mês que a produção industrial do país recuou 9% em agosto, frente ao mesmo mês do ano passado.
O setor industrial sofre com a baixa demanda e estoques elevados. Com crédito mais restrito e renda menor, os consumidores têm adiado decisões de compra e cortado variados itens da cesta de produtos.
Quando comparado com julho deste ano, o pessoal ocupado na indústria encolheu em 0,8%. Neste caso, trata-se da oitava taxa negativa consecutiva, acumulando no período recuo de 5,6%.
De janeiro a agosto, a redução de pessoal foi de 5,6% na comparação ao mesmo período de 2014. No acumulado de 12 meses, essa baixa foi de 5,1%, mantendo a tendência vista desde setembro de 2013.
Vale lembrar que na Pesquisa Industrial Mensal: Emprego e Salário o instituto não divulga números absolutos de empregos, apenas variações percentuais.
A pesquisa de emprego e salário na indústria vai parar de ser produzida pelo IBGE. A última coleta da pesquisa será realizada em dezembro de 2015, com resultados divulgados em fevereiro de 2016.
Ramos
Além dos cortes do ramo de meio de transportes, os que mais pesaram para o resultado da pesquisa em agosto frente ao mesmo mês de 2014 foram máquinas e equipamentos (-10,2%) e aparelhos eletrônicos e de comunicações (-14,4%).
Também houve intensos cortes, considerando o peso de cada setor na pesquisa, os ramos de alimentos e bebidas (-3,3%), produtos de metal (-10,3%) e outros produtos da indústria de transformação (-10,7%).
O quadro ruim levou a uma queda de 8,4% na folha de pagamento real do setor em agosto deste ano, frente ao mesmo período do ano passado. Na passagem de julho para agosto, houve recuo de 1,3%.
Quando comparado a agosto do ano passado, o número de horas pagas teve queda de 7,5%. Na passagem de julho para agosto, o recuo foi menos intenso, de 0,9%, segundo os dados da pesquisa.
O indicador de horas pagas é considerado um termômetro da intenção de contratação da indústria. Antes de contratar mais empregados, as empresas costumam ampliar o número de horas extras.
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