A queda na demanda por fertilizantes durante o primeiro semestre 3% na média nacional por conta da crise na agricultura comprometeu o desempenho das empresas produtoras de adubo e exigiu delas mudanças estratégicas. No Paraná, as vendas caíram 3,5% alcançaram 849 mil toneladas entregues. Neste cenário, para facilitar as vendas e conseguir manter o plano de crescimento de 22% este ano, a paranaense Solo Vivo, que completou 15 anos em junho, aprimorou as facilidades de pagamento oferecidas aos clientes. Há três anos aceita soja como pagamento, modalidade que favorece a metade dos compradores. Agora, a empresa passou a financiar suas vendas, depois de se capitalizar com crédito de bancos europeus para escapar da alta taxa de juros brasileira.
"Em geral vendíamos 70% da produção à vista, mas hoje essa é a quantidade que vendemos a prazo, para pagamento depois da safra", explica José Roberto da Fonte, gerente de comunicação corporativa da empresa. "Isso foi necessário porque a crise do campo nos atingiu em cheio", explica, referindo-se à seca que já reduziu a produção de duas safras e às perdas dos agricultores provocadas pelo real valorizado.
Investimentos em tecnologia e flexibilidade, para fazer adaptações como essa, levaram a Solo Vivo ao posto de terceira maior empresa paranaense do ramo, atrás de Fertipar e Macrofértil, de acordo com o sindicato do setor. A projeção de faturamento para este ano é de R$ 100 milhões, ante R$ 75 milhões em 2004 um crescimento médio anual de 12%.
Em 1991, a empresa abriu sua primeira planta industrial, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Ali produz micronutrientes, a matéria-prima para seus fertilizantes. A unidade representa um diferencial, pois a maioria dos concorrentes faz apenas a mistura de insumos importados.
Na mesma estrutura foi criada uma misturadora de adubo para ampliar o leque de produtos, numa área de 400 metros quadrados. A Solo Vivo também abriu misturadoras em Paranaguá, no litoral, Campo Grande (MS), Dom Aquino (MT), Acreúna (GO) e Araquari (SC). Uma segunda unidade em Paranaguá está nos planos para o ano que vem. "Esta unidade é estratégica para aumentar as vendas, pela proximidade com o porto", diz o gerente de comunicação. A Solo Vivo exporta para Angola, Bolívia e Paraguai.
No mercado interno, a maior parte da produção é comprada por produtores de soja, mas o crescimento da cultura da cana-de-açúcar promete ampliar a carteira de clientes. Para aproveitar o potencial do campo brasileiro, a empresa desenvolveu fertilizantes diferenciados para serem aplicados nas diferentes condições e necessidades do solo. Cerca de 25% do faturamento hoje vem da linha Solo Mais, que inclui atendimento customizado, com monitoramento nutricional, análises de solo e da plantação. A empresa também contratou uma rede de 100 representantes em todo o país, que distribuem parte destas orientações para os demais clientes.
Com estes investimentos, a empresa vem crescendo e não deixa de sonhar grande uma ambição do tamanho da área agricultável brasileira. "A soja, maior produto de exportação nacional, é cultivada hoje em 45 milhões de hectares, enquanto restam 90 milhões que podem ser ocupados no futuro", acredita da Fonte. É certo que, enquanto seus clientes prosperarem e ampliarem o mercado da agroindústria, a Solo Vivo terá demanda sempre crescente.
-
Governo deve ampliar interferência política na Petrobras; o que esperar do futuro da empresa
-
Lula politiza o drama gaúcho e escala Paulo Pimenta para incomodar Eduardo Leite; acompanhe o Sem Rodeios
-
Lula anuncia voucher de R$ 5,1 mil para famílias desabrigas do RS e oficializa ministério da reconstrução
-
Lewandoswki quer União no controle da Segurança Pública; modelo é adotado em Cuba e na Venezuela
Paulo Guedes: “Nós faríamos tudo de novo e com mais intensidade”
Governo deve ampliar interferência política na Petrobras; o que esperar do futuro da empresa
Não vai faltar arroz no Brasil, apesar do governo Lula criar alarme no mercado
Tributaristas defendem que governo permita doação de Imposto de Renda para socorrer o RS
Deixe sua opinião