A multinacional americana de meios de pagamento First Data levantou US$ 2,56 bilhões nesta quinta-feira (15) em sua estreia na Bolsa de Nova York. Foi o maior IPO (oferta pública de ações) do ano nos Estados Unidos, embora tenha frustrado sua própria expectativa de levantar pelo menos US$ 3 bilhões.
As ações foram precificadas em US$ 16, abaixo da estimativa inicial (de US$ 18 a US$ 20). Os papéis, porém, fecharam com queda de 1,56%, para US$ 15,75.
A companhia, sediada em Atlanta (EUA), tem operações em 36 países, inclusive no Brasil, onde enxerga espaço para crescer, apesar da recessão. A empresa processa mais de 2.300 transações com cartões por segundo e responde por 28% do volume total de operações globais de comércio eletrônico.
É a segunda vez que a First Data coloca ações no mercado. A primeira, em 1992, ocorreu quando a firma era um braço da American Express. Em 2007, foi comprada por US$ 29 bilhões pela empresa de private equity KKR, que fechou o capital da companhia para reestruturá-la.
“É um dinheiro que vai entrar na companhia para reduzir a alavancagem [relação entre dívida e patrimônio] e financiar as operações futuras”, afirmou Gustavo Marin, vice-presidente executivo da First Data, em entrevista à reportagem. A empresa encerrou 2014 com prejuízo de US$ 265 milhões, e tem dívida estimada em US$ 20 bilhões.
Além de usar os recursos para abater parte da dívida, a First Data quer continuar investindo em novas formas de pagamento usadas pelos consumidores, como o Google Pay. “É preciso continuar investindo para acompanhar as inovações tecnológicas, e pretendemos fazer isso adquirindo empresas de novas tecnologias”, disse Marin.
O executivo afirma que a First Data não pretende listar papéis em outros mercados além do americano. “Achamos que os EUA são o suficiente para nossos propósitos.”
Mercado brasileiro
A recessão que afeta o Brasil não assusta a First Data, segundo Marin. Ele projeta que o crescimento da empresa deve diminuir da média de 20% quando o PIB se expandia a 3% ao ano para 8% em 2015, quando o país deve ter contração de 3%.
“Ainda temos espaço para crescer. O Brasil é o país em que há maior penetração do cartão, mas só 28% do consumo das famílias é pago dessa forma. O espaço para avanço dos meios de pagamento é enorme”, afirmou Marin.
“É uma indústria muito resiliente. Apesar do cenário adverso, continua crescendo. Nós apostamos em parceiros bancários que facilitam a transação. Há espaço para mais concorrentes nesse mercado”, afirmou.
A First Data atua no país desde 2002 como fornecedora de tecnologia para a indústria de cartões e operando correspondentes bancários. A empresa disputa espaço com Cielo, Rede, Elavon, entre outras empresas de meios de pagamento. Em 2014, fechou um acordo com o Bancoob (Banco Cooperativo do Brasil) para tentar aumentar sua capilaridade no país.
“Com outros parceiros bancários vamos conseguir ter essa capilaridade e as utilizar redes bancárias desses parceiros para continuar crescendo”, disse.
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