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Empresários e sindicalistas se uniram para criticar o corte de 0,5 ponto percentual da Selic, considerado tímido e conservador. Para a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) mantém um ritmo "não compromissado com o crescimento já". A entidade lembra ainda que a taxa real de juros, que na média ficou em 12,4% de janeiro a agosto, deve se manter acima de 11,7% em setembro.

— A produção lamenta — disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Na avaliação do diretor do Departamento de Economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, o Copom poderia ter sido mais "audaz", dado o controle da inflação e o fato de o câmbio funcionar como uma trava para os preços. Pessimista, ele fala em comprometer o desempenho a em 2007.

— Além de não crescermos acima de 3,5% ao ano, com a lentidão e excessiva cautela do Copom, começamos a comprometer a expansão da economia em 2007. Portanto, a síntese dessa história po-deria ser: estabilidade com baixo crescimento — disse.

A mesma preocupação foi manifestada pelo presidente da Federação do Comércio do Rio, Orlando Diniz.

— Ainda estamos passando por um momento favorável na economia mundial. Mas no próximo ano a história pode ser outra. O dever de casa que o governo não fez, mantendo os gastos eleva-dos e a carga tributária re-corde, pode nos custar caro — disse o executivo.

Para o presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, a reativação do mercado interno depende de "uma intervenção radical" na administração dos juros.

— Acreditávamos que a taxa de juro fosse cair mais de um ponto percentual. Mas o governo mostrou que não pretende rever sua política de redução gradual e pífia da Selic — disse Gonçalves.

Mais incisivo, o presidente em exercício da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Canindé Pegado, pediu a "demissão" de todos os integrantes do Copom.

— Decisões do Copom têm sido a sepultura das empre-sas no Brasil. Se continuar assim, outros casos como o da Volks vão surgir e criar mais desemprego — disse.

Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a redução será pequena na ponta do consumidor. Na média das taxas cobradas por bancos, comércio e financeiras, os juros devem passar de 7,52% para 7,48% ao mês — uma, queda de 0,53%.

Logo depois do anúncio do Copom, o Bradesco anun-ciou redução de suas taxas ciamento. No cheque espe-cial, por exemplo, os juros caíram de 4,5% a 8,09% para o intervalo de 4,48% a 8,05%ao mês.

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