Empresários maringaenses apostam em vários negócios em um

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Comprar uma roupa, cortar o cabelo, ler um livro e assistir a um show. Tudo no mesmo lugar. O Estúdio Emme, em São Paulo (SP), é um exemplo de estabelecimento que reúne mais de um negócio em um mesmo espaço. Apesar de mais comum nos grandes centros, alguns empresários de Maringá têm apostado em reunir atividades paralelas no mesmo empreendimento.

É o caso de Fabio Luiz Milani, que há cerca de um mês e meio criou o The Wall Squash Bar, como o nome sugere, um misto de academia de squash com bar. Professor da modalidade há dez anos, Milani percebeu que, após as aulas, muitos alunos saiam para tomar cerveja.

"Percebi que muitas pessoas que praticam o squash fogem de academia de musculação. Gostam de se divertir, jogar uma partida e sentar em um barzinho. Então, surgiu a ideia de reunir essas duas coisas que eu gosto em um mesmo ambiente", explicou.

O local tem duas quadras de squash, utilizadas para aulas e que também são alugadas para atletas. Logo ao lado está instalado o bar. "Tinha em mente que o bar receberia os alunos, mas percebi que muitas pessoas que vêm [exclusivamente] ao bar, acabam vendo os jogos, se interessando pelo esporte e começando a treinar."

Troca óleo de carro durante o dia e frita hambúrgueres à noite

Há cerca de dois anos, o proprietário de uma empresa de serviços automotivos Marcelo Fogaça estava à procura de um lugar para abrir uma lanchonete. Na falta de um espaço, resolveu adaptar e fazer a hamburgueria dentro da própria oficina. "Joguei a sala de espera para os fundos, construí uma cozinha de 16 metros quadrados e contratei dois funcionários", contou.

Apesar de utilizarem o mesmo espaço, os negócios funcionam em horários diferentes. De manhã e à tarde, o Belém Lubrificantes faz troca de óleo, revisões e limpeza de carros. A partir das 18h30, a Belém Hamburgueria ganha "vida". O sucesso foi tão grande que Fogaça precisou contratar mais quatro funcionários e ampliar a cozinha, que ficou com 40 metros quadrados. "O que começou como uma atividade secundária hoje é o principal negócio", comemorou.

Para manter uma lanchonete dentro de uma oficina, todo cuidado é pouco com a limpeza do local. "Nosso trabalho aqui é cirúrgico. Não deixamos uma gota de óleo. Tanto que nos dias frios, colocamos as mesas dentro da loja. As prateleiras e lubrificantes acabam servindo de decoração."

Comida, diversão e arte

Outro negócio paralelo que acabou ganhando "corpo" foi o Badulaque, um estúdio de gravação que partiu para o ramo gastronômico. Entre um som e outro, os proprietários perceberam que os músicos saíam para comer alguma coisa ou comprar bebida. Logo surgiu a ideia de criar um estúdio bar.

Hoje, além dos músicos que buscam um lugar para ensaiar e gravar suas canções, o local recebe pessoas dispostas a degustar dos pratos feitos no local e de boa música." "Hoje, o bar tem um retorno financeiro maior, mas os negócios acabam se complementando", explicou Fabianne Nakayama Costa, que é uma das proprietárias do espaço.

Segredo é planejamento

Para o consultor do Sebrae Marcelo Wolff, reunir atividades paralelas no mesmo empreendimento ainda não é uma tendência em Maringá, muito embora ele reconheça que vários estabelecimentos têm criado ou terceirizado serviços paralelos, como é o caso de lanchonetes em academias de ginástica e cafés em livrarias.

Para o consultor, a chave para ter sucesso neste tipo de negócio é planejamento. "Não se deve fazer isso por modismo ou atirar para todos os lados. É preciso ter foco e avaliar o perfil do cliente; oferecer um segundo serviço que seja complementar e que vai facilitar a vida do consumidor."

O empresário também precisa saber dimensionar as mudanças necessárias. "É preciso ter uma boa equipe de suporte, além de deixar claro para funcionários e clientes qual é a proposta do trabalho para que possa surtir o efeito desejado", ressaltou Wolff.