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No início da semana, o Clube Atlético Paranaense (CAP) apreendeu 2.186 produtos falsos com a sua marca em três fábricas na região metropolitana de Curitiba. Outras operações como esta, financiadas pelo clube, fizeram com que os dirigentes mudassem a forma de lutar contra a pirataria. Há seis meses, o clube criou uma linha de camisas populares para serem vendidas exclusivamente por ambulantes a preços acessíveis, principal atrativo do mercado ilegal.

A conduta do Atlético segue uma nova tendência que aos poucos se consolida no país. Muitas empresas estão reconhecendo que para combater a venda ilegal é preciso mais do que a ação repressora. Se é o preço baixo que atrai o público, a saída é reduzir o valor do produto legal. As providências precisam ser urgentes. O Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNPC) estima que companhias nacionais e estrangeiras tenham uma perda anual de receita equivalente a US$ 27 bilhões devido às falsificações e cópias. A mesma instituição projeta em um milhão o número de postos de trabalho que deixaram de ser criados em razão da pirataria.

No mercado fonográfico – onde estima-se que 65% dos produtos vendidos são falsificados – outras iniciativas do gênero estão surgindo. A banda paulistana Cansei de Ser Sexy optou por vender um CD virgem junto com seu último lançamento. Uma espécie de presente para os fãs, para que eles possam fazer uma "cópia legal" do disco. "Baixar músicas pela internet e compartilhá-las com os amigos é a melhor forma de conhecer artistas independentes. Pirataria é quando alguém tira proveito financeiro disso", diz a baixista do grupo, Ira Trevisan. "Odiaríamos ver alguém vendendo CDs piratas nossos." O disco de estréia da banda já vendeu quase 5 mil cópias, uma vitória para um grupo independente.

Em paralelo, os empresários lutam pela redução de impostos. Para o presidente da Associação Brasileira de Softwares (Abes), Jorge Sukarie, as políticas públicas de combate à pirataria têm evoluído, mas falta o incentivo fiscal. "A carga tributária no Brasil é pesada e sem a distinção por áreas estratégicas. Não temos incentivos como acontece em outros países em desenvolvimento", completa. No Brasil, 64% dos softwares comercializados são piratas.

Para o secretário executivo do CNPC, Márcio Gonçalves, é fundamental conscientizar o consumidor dos danos que a pirataria traz ao país. "Já conseguimos provar, com investigações e apreensões, que quem lucra com a pirataria são as máfias internacionais. No Brasil, o maior problema não está na produção, e sim na comercialização de produtos falsificados que vem de fora."

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