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Segmentos da indústria cujo faturamento está atrelado ao clima têm se valido da tecnologia para evitar dissabores quando os ventos mudam, o verão esfria ou o inverno esquenta. A meteorologista Ana Lúcia Frony de Macedo, da Climatempo, tem entre seus principais clientes sindicatos, cooperativas e fábricas ligadas ao agronegócio, vestuário e setor de eletrodomésticos. "Até a venda de máquinas de secar roupas depende do clima", explica. No Paraná, uma sapataria de Londrina pede previsões com meses de antecedência. Estranho? "A venda de botas é altamente dependente do frio", responde a meteorologista. O primeiro cliente deste tipo, conta Ana Lúcia, apareceu há 11 anos. Era uma fabricante de roupas, que vinha registrando queda nas vendas de verão.

A meteorologista garante que hoje é possível fazer previsões apuradas com antecedência de um ano, o que ajuda a orientar, em muito, o setor do vestuário – a coleção do inverno do ano que vem começa a ser produzida agora. "A parte de confecção vai ficar para o final do ano, mas a produção de tecidos começa agora. A previsão não define as roupas, mas a gramatura do tecido, que muda", diz.Aquecimento

O calor registrado em meses de inverno nos últimos anos tem no aquecimento global um dos principais culpados, explica Ana Lúcia. "Os invernos rigorosos de antigamente não vão se repetir num futuro próximo." A explicação está no fato de que a temperatura nos oceanos – preponderante na influência sobre o clima no Hemisfério Sul – tem se mantido acima da média, o que vem impedindo a formação de frentes frias. "E quando a temperatura no oceano se estabiliza, é difícil mudar. É um processo lento", conta a meteorologista.

Foi só na última semana que houve um cenário favorável à formação de frentes frias e seu avanço para o continente. Por isso mesmo, o clima já começou a mudar no Sul, e este fim de semana promete frio e chuva. "Mas não é uma massa de ar frio que faz o inverno. O inverno, na verdade, já passou".

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