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Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) divulgada nesta segunda-feira mostra que o percentual de consumidores endividados da Região Metropolitana de São Paulo recuou três pontos este mês, de 64% em março para 61%. Mas a inadimplência avançou três pontos percentuais, para 45%. Na comparação com os dados de abril de 2005, houve queda no endividamento, que era de 63%, e estabilidade no universo de inadimplentes.

- Apesar da queda no percentual de endividados, houve continuidade da deterioração dos demais indicadores, com mais contas em atraso e menor intenção de saldar dívidas, embora o comprometimento da renda tenha permanecido estável - afirma o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman.

A pesquisa revela que, em abril, o contingente de entrevistados dispostos a quitarem, total ou parcialmente, dívidas pendentes passou de 78% para 70%. O grupo dos impossibilitados de pagar seus compromissos aumentou de 21% para 27%. Quanto aos prazos de endividamento, 68% das prestações devem ser liquidadas em até um ano. Para 31,4% dos consumidores, o período até o vencimento total das prestações supera 12 meses.

Para a Fecomercio, a alta mensal da inadimplência reflete o elevado grau de endividamento dos consumidores no início do ano, fruto de contas relacionadas a IPVA, IPTU, além das compras de Natal. Há, ainda, o efeito da expansão da oferta de crédito, que seduz e leva o consumidor a acumular mais dívidas, comprometendo sua capacidade de pagamento.

Dados do Banco Central indicam que o volume de crédito destinado à pessoa física cresceu cerca de 34% nos últimos 12 meses até fevereiro. Por sua vez, os financiamentos consignados apresentaram no mesmo período avanço de 68%.

A tendência para os próximos meses, informa a pesquisa da Federação, é a ampliação da oferta de crédito, redução dos juros e do valor das parcelas mensais, segundo já foram anunciadas por algumas redes varejistas.

Essa perspectiva preocupa os comerciantes. Enquanto, no curto prazo, os efeitos do crescimento da renda são atenuados pela expansão do crédito, a Fecomércio-SP pondera que, adiante, esse mecanismo poderá ampliar ainda mais o risco de inadimplência, caso a renda não cresça de forma mais agressiva.

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