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R$ 11,5 bilhões poderiam ser economizados com a adoção de medidas de eficiência energética por todos os consumidores, como não deixar a porta da geladeira aberta ou trocar lâmpadas incadescentes por LED. Essas medidas têm potencial para reduzir o consumo em 10%.

O Brasil, que sempre se orgulhou de ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com 46% de fontes renováveis, tem agora pelo menos dois motivos para se envergonhar. O primeiro é que o setor de energia está mais "sujo", com toneladas de gás carbônico (CO2) e outros gases de efeito estufa que vêm sendo despejados no meio ambiente. O segundo motivo desabonador diz respeito ao desperdício de energia, que, com pequenas ações de consumidores, poderia ser menor.

Em 2012 (último dado disponível), o setor de energia aumentou em 30% as emissões de CO2 em relação a 2006 – principalmente na geração térmica. Além disso, só no ano passado, o país desperdiçou 46,4 mil gigawatts/hora (GWh), o equivalente a quase metade da energia gerada pela usina de Itaipu (98,6 mil GWh).

Os dados foram apurados pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco). O presidente da Abesco, Rodrigo Aguiar, destacou que o volume de energia desperdiçada vem aumentando nos últimos anos. "Muitos projetos de eficiência estão sendo feitos, mas pela dimensão do Brasil ainda é muito pouco frente ao potencial e à necessidade. O país precisa tirar os planos das gavetas e ser mais arrojado na implementação de políticas de curto prazo", alertou Aguiar.

Em 2012, o setor de energia foi responsável pela emissão de 436,7 milhões de toneladas de CO2, com alta de 30% em relação ao apurado em 2006, conforme dados do Observatório do Clima. Com isso, a participação da energia nas emissões foi de quase um terço (29,4%), contra 16,2% em 2006. Aguiar, da Abesco, lembra que, como o Brasil não tem mais construído hidrelétricas com reservatórios, vem aumentado a geração de energia com térmicas a gás natural, carvão, óleo diesel e óleo combustível. Mas, segundo o executivo, o crescimento do consumo não deve ser atendido apenas com o aumento da oferta de energia via térmicas, mas sim com investimento em energia renovável.

Plano de redução de consumo ainda patina

No Brasil, já existem vários programas de eficiência energética. Um dos mais antigos é o Procel, coordenado pela Eletrobras. O programa desenvolveu o Selo Procel, que, segundo Roberto Aguiar, da Abesco, é um sucesso, com o desenvolvimento de equipamentos industriais e eletrodomésticos de consumo menor de energia.

Existe ainda o Plano Nacional de Energia (PNE), o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf) e o Decreto Nº 7.390, que regulamenta a Política Nacional de Mudança do Clima. O PNEf tem resultados muito pequenos, diz Aguiar. No ano passado, conseguiu uma redução no consumo de 1,6%. Para este ano, a meta é de 2,1%. Pelas projeções, somente em 2030 o país conseguiria economizar 10,37% de energia com eficiência energética.

Na tentativa de acelerar os programas, a Abesco desenvolve ações em conjunto com vários órgãos do governo, como o ministério de Minas e Energia e o do Meio Ambiente. Um dos projetos (ainda piloto) busca a eficiência energética nos prédios dos ministérios em Brasília. A ideia é estender a outros prédios públicos no país.

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