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O aumento nas exportações brasileiras e a enxurrada de recursos para o mercado financeiro no primeiro trimestre de 2011 fez o saldo cambial alcançar o segundo maior patamar da história. A diferença entre a quantidade de dólares que entraram no Brasil e o montante que deixou o país foi de US$ 65,27 bilhões no ano passado, abaixo apenas do registrado em 2007 (US$ 87,45 bilhões).

O resultado foi impulsionado pelas vendas ao exterior. A diferença entre exportações e importações foi positiva em US$ 43,95 bilhões – no total, o Brasil recebeu US$ 251,185 bilhões por vender mercadorias e serviços ao exterior e pagou US$ 207,236 bilhões por comprar em outros países.

Esta é a primeira vez desde 2008 que a entrada de dólares pelo comércio exterior supera a participação das operações financeiras. A diferença entre a entrada e saída de recursos para o setor financeiro foi de US$ 21,32 bilhões, reflexo do grande fluxo registrado no primeiro trimestre do ano passado, antes do agravamento da crise europeia. Somente até março, esse valor era positivo em US$ 31,35 bilhões, mas, no fim daquele mês, o governo instituiu a cobrança de IOF em empréstimos feitos no exterior e, em agosto, passou a taxar investimentos em derivativos, medidas que ajudaram a esfriar o ingresso da moeda.

Dezembro

Dezembro terminou com saída de dólares pelo terceiro mês consecutivo em 2011. Segundo dados do Banco Central, o Brasil perdeu US$ 1,943 bilhão no último mês do ano passado. O valor é 106,3% maior que o fluxo cambial também negativo observado em novembro, quando US$ 942 milhões deixaram o país.

Segundo o BC, houve déficit de recursos do Brasil graças às operações financeiras, responsáveis pela saída de US$ 3,625 bilhões. A saída de dólares pelas transações financeiras foi parcialmente compensada pela entrada de recursos gerada pela via comercial. No comércio exterior, o Brasil recebeu US$ 1,681 bilhão no mês passado porque os contratos de câmbio para as exportações somaram US$ 20,606 bilhões e foram superiores aos US$ 18,924 bilhões que deixaram o país via importações.

2012

Especialistas acreditam que o saldo cambial alto não será repetido neste ano. A estimativa é de redução nas exportações, resultado da desaceleração global. Para o diretor-presidente da NGO Corretora, Sidnei Nehme, o saldo deste ano deverá ser pequeno. "Vejo um ano difícil para o fluxo cambial, o que naturalmente terá reflexo na taxa de câmbio e no aumento do dólar", diz.

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