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Os trabalhadores de aplicativos de entregas e de caronas cruzam os braços nesta segunda (31) e terça (1º/4) por melhores condições de trabalho e reajuste da remuneração paga pelas plataformas e empresas. A mobilização deve envolver parte dos cerca de 1,8 milhão de condutores em todo o país, segundo estimativa do Sindimotosp.
A entidade, que representa os trabalhadores do estado de São Paulo, que concentra cerca de 800 mil condutores, diz que as plataformas promovem uma “exploração desenfreada” com o que seria a “pior precarização trabalhista da história do motofrete”.
“Há 10 anos, não aumentam valor de entrega, pelo contrário, só diminuíram, causando um prejuízo enorme na renda salarial dos trabalhadores enquanto ficam milionárias”, disse o sindicato em nota.
À Gazeta do Povo, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), entidade que representa oficialmente plataformas como iFood, Uber e 99, afirmou que respeita o direito de manifestação e que “suas empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores” (veja na íntegra mais abaixo).
Além do Sindimotosp, o perfil oficial da mobilização nas redes sociais, o Breque Nacional dos Apps, diz que a greve será “o maior breque dos apps da história” do país. São reivindicados itens como reajuste da taxa mínima e do valor por quilômetro rodado, a limitação de quilometragem para bicicletas e pagamento integral dos pedidos:
- Definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida;
- Aumento no valor do quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- Limitação de 3 quilômetros de distância para entregas feitas por bicicletas;
- Garantia de pagamento integral dos pedidos, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota.
“Só para ter uma ideia da injustiça praticada pelas empresas de aplicativo contra o trabalhador nesse tempo todo, os registrados em CLT tiveram aumento nos ganhos salariais de quase 99% enquanto os entregadores de aplicativos amargaram redução de quase 72%, conforme você confere na tabela abaixo”, disparou o Sindimotosp.
O sindicato dos trabalhadores classificou a atuação das empresas como “exploração sem limites” mesmo com “aportes bilionários de investimentos”, além de apontar agravantes como o aumento do preço da gasolina e da documentação relativa aos veículos e aos próprios condutores.
A Amobitec contestou a alegação de redução da remuneração e afirmou que a renda média dos entregadores do setor cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024, chegando a R$ 31,33 por hora trabalhada, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
A entidade diz apoiar a regulação do trabalho intermediado por plataformas digitais e que as empresas associadas “atuam dentro de modelos de negócio que buscam equilibrar as demandas dos entregadores, que geram renda com os aplicativos, e a situação econômica dos usuários, que buscam formas acessíveis para utilizar serviços de delivery”.
VEJA TAMBÉM:
Veja o que diz a Amobitec:
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) respeita o direito de manifestação e informa que suas empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores.
Sobre a remuneração dos profissionais, de acordo com o último levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), a renda média de um entregador do setor cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024, chegando a R$ 31,33 por hora trabalhada.
As empresas associadas da Amobitec apoiam a regulação do trabalho intermediado por plataformas digitais, visando a garantia de proteção social dos trabalhadores e segurança jurídica das atividades. Além disso, atuam dentro de modelos de negócio que buscam equilibrar as demandas dos entregadores, que geram renda com os aplicativos, e a situação econômica dos usuários, que buscam formas acessíveis para utilizar serviços de delivery.








