Apontado pelo ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) como um dos principais motivos para o apagão da última segunda-feira (19) --que deixou áreas de 11 Estados e o Distrito Federal às escuras--, o banco de capacitores da linha Norte e Sul, administrada por Furnas, está em manutenção há mais de um mês.
O equipamento foi citado pelo ministro como um dos motivos que poderiam ter colaborado para a variação na frequência, que desencadeou em desligamentos automáticos e orientados de usinas e distribuidoras pelo país, inclusive da usina nuclear Angra 1.
Por estar fora de operação, esse equipamento reduz em 12,2% a capacidade máxima de transmissão de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste do país: de 4.100 MW (megawatts) para 3.600 MW.
O banco de capacitores em questão fica em uma subestação localizada em Gurupi, no Tocantins, está desligado desde o dia 14 de dezembro, depois de apresentar defeito.Furnas sustenta, por meio de sua assessoria, que a manutenção não era desconhecida do governo e que já vem sendo feita há mais de um mês.
Ciente dos impactos que o ajuste do equipamento causa ao sistema de transmissão, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) já poderia fazer diferentes arranjos para contornar a situação até que o equipamento voltasse ao funcionamento.
Por meio de nota, Furnas destacou que os equipamentos devem voltar a funcionar na próxima segunda-feira (26).
Apagou
O apagão afetou São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia e Distrito Federal.
De acordo com o ONS, o apagão foi decorrente, em parte, do aumento da demanda de energia no horário de pico.
Em nota publicada em seu site, o órgão disse ainda que houve "restrições de transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste", sem explicar claramente o que isso seria. Não está claro se essas "restrições" significam falhas em linhas de transmissão ou subestações de energia.
O ONS explicou que essa situação provocou uma queda na "frequência elétrica" do sistema, provocando o desligamento automático de 11 usinas geradoras, das quais 8 na região Sudeste, 2 no Centro-Oeste e 1 no Sul. Essas usinas produzem no total 2.200 MW. O sistema, que, segundo o ONS, opera em frequência de 60 hertz, caiu a 59 hertz, causando a falha.
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