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O presidente de governo da Espanha, Mariano Rajoy, realiza nesta segunda-feira (16) uma reunião de emergência após o anúncio da expropriação das ações da petroleira YPF, controlada pela espanhola Repsol, revelada pela presidente Cristina Fernández de Kirchner.

O premiê chamou os ministros de Indústria, José Manuel Soria, e de Relações Exteriores, Manuel García-Margallo, para definir as medidas a serem tomadas. De acordo com o jornal argentino "Clarín", o encontro foi decidido após o anúncio de Cristina.

A publicação informa que Rajoy afirmou que defenderá os interesses da Repsol como se fossem os do governo e que será dada "uma resposta adequada", que deverá ter a colaboração dos países da União Europeia.

A declaração foi confirmada pela secretária geral do Partido Popular, que comanda o país, María Dolores de Cospedal. "Não tenho a menor dúvida que o governo dará a resposta devida à essa situação. Será uma resposta suficiente e completa para defender os interesses das empresas espanholas na Argentina".

Já o secretário de Cooperação Internacional, Jesús Gracia, disse que o governo estudará a decisão argentina, que considerou "muito pessoal".

Tomada

Funcionários do governo argentino tomaram o controle da empresa petrolífera YPF e substituíram os executivos espanhóis e nativos da companhia.

A intervenção foi encabeçada pelo subsecretário de Coordenação do Ministério do Planejamento da Argentina, Roberto Baratta.

Barata, único representante do Estado argentino na direção da YPF, apresentou uma lista de diretores-executivos que, segundo o governo, devem renunciar. O subsecretário também ordenou a troca da segurança do edifício, segundo fontes da petrolífera.

O alto funcionário argentino se apresentou hoje na sede da companhia, no bairro portenho de Puerto Madero, minutos depois do anúncio em cadeia nacional da presidente Christina Kirchner a respeito da intervenção imediata da YPF, e o envio ao parlamento de um projeto de lei para expropriar 51% da empresa, que tem participação (57% do capital social) da espanhola Repsol.

A presidente decretou que o ministro do Planejamento, Julio de Vido, assuma a intervenção da companhia, com o auxílio do ministro da Economia, Axel Kicillof.A negociação das ações da YPF Repsol foram suspensas na Bolsa de Buenos Aires após o anúncio da expropriação pelo governo, que declarou a empresa de "utilidade pública e sujeita à expropriação".

Projeto

De acordo com o jornal argentino "Clarín", o projeto, intitulado "Da soberania hidrocarborífera da República Argentina", tem vários pontos em comum com o texto que havia sido divulgado na semana passada e era analisado por legisladores, mas incorpora pedidos das províncias produtoras de hidrocarbonetos.O primeiro ponto do projeto, de um total de 19, declara que é "de interesse público nacional e objetivo prioritário o auto-abastecimento de hidrocarbonetos", além do controle da "exploração, industrialização, transporte e comercialização" no setor.

Além da desapropriação de 51% da YPF, o projeto estabelece que o Estado passará a decidir sobre a "conversão de recursos em reservas e sua exploração"; sobre a "integração do capital público e privado, nacional e internacional, em alianças estratégicas"; sobre a "promoção da exploração e comercialização dos hidrocarbonetos de alto valor agregado e a exploração racional" dos recursos.

Será criado ainda um "Conselho Federal de hidrocarbonetos", do qual participarão os ministérios da Economia, Planejamento, Trabalho e Indústria, que promoverá "a atuação coordenada do Estado nacional e dos estados provinciais".

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