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Investidores continuam a pressionar a Espanha para que finalmente peça ajuda à União Europeia, em meio à tensão e incertezas a respeito da viabilidade financeira do país.

Detentor da maior taxa de desemprego da zona do euro, o país ibérico tem enfrentado custos cada vez mais altos para tomar financiamento no mercado.

A operação de hoje foi uma exceção vista com bastantes reservas: o Tesouro espanhol ofereceu títulos de dívida que vencem de 12 a 18 meses, com uma remuneração (juros) um pouco inferior às taxas oferecidas numa operação semelhante feita em agosto.

A "boa vontade" do mercado vai ser testada novamente depois de amanhã, quando o Tesouro vai oferecer títulos de vencimento no longo prazo (para 2022), mas analistas avaliam que os habituais compradores de bônus soberanos vão exigir taxas mais altas.

Embora o governo espanhol já tenha solicitado uma linha de ajuda financeira para sanear os bancos do país, alguns investidores e especialistas estão convencidos de que o país não vai sanar suas dificuldades financeiras sem ajuda externa.

Custos mais altos

Uma referência para a "frustração" do mercado é a taxa de remuneração embutida nos títulos a vencer em dez anos emitidos pelo Tesouro espanhol.

No mercado secundário, investidores não negociam esses papéis com uma remuneração abaixo de 6% ao ano. Essa taxa serve de referência para as futuras operações do Tesouro na praça financeira.

Para especialistas, quando um país não consegue tomar dinheiro a juros abaixo de 7% ao ano, suas condições de financiamento se tornam praticamente inviáveis.

A "demora" de Rajoy

O "limbo político" pode ser entendido com um efeito da notória cautela do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, conhecido por postergar suas decisões até o último minuto.

O governo espanhol anunciou recentemente que vai determinar um cronograma claro para executar uma série de reformas estruturais da economia, até o final deste mês.

Analistas avaliam que esse anúncio pode abrir caminho para um pedido oficial de ajuda financeira à UE, provavelmente em outubro, portanto, após as eleições regionais.

"Nós acreditamos que a Espanha está pavimentando o caminho para aderir a um programa preventivo no início de outubro (...) antes da próxima reunião do Eurogrupo em Luxemburgo", comentou a equipe de analistas do Barclay, em um relatório recente.

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