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Com os novos projetos, a FPK pretende ampliar sua linha de produção | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Com os novos projetos, a FPK pretende ampliar sua linha de produção| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

A antiga fábrica da multinacional alemã Aksys em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba) conquistou apenas dois clientes desde que foi inaugurada, em 1997, ao lado do parque industrial da Volkswagen. Agora controlada pelo grupo espanhol Mondragon, que assumiu sua administração no início deste mês, a unidade – rebatizada FPK do Brasil Componentes Automotivos – traça planos bem mais ambiciosos. O principal é fechar contratos com mais quatro montadoras até 2015.

"Temos uma fábrica que hoje é modesta e trabalha com uma capacidade ociosa de 30%, mas que tem perspectivas de crescer bastante", afirma a gerente administrativa e financeira da FPK, Mara Rúbia Backes. Embora não tenha parado de produzir durante a transição da Aksys para a FPK, a unidade será reinaugurada amanhã, com a presença de executivos espanhóis e autoridades locais.

A empresa produz peças plásticas estruturais – como protetor de cárter, revestimento externo do assoalho e suporte de radiador – resistentes o suficiente para substituir o aço, tornando os veículos mais leves. Atualmente, seus produtos equipam as famílias Fox, Golf e Polo, da Volkswagen, e as linhas C3, Aircross, 207 e 307, da PSA Peugeot Citroën.

"A Aksys não tinha essa visão de ampliar os negócios aqui. A FPK vem com uma visão mais ampla, de buscar novos clientes", diz Mara, que trabalha no setor automotivo há mais de dez anos, os três últimos na própria Aksys. Segundo ela, a estratégia se baseia no desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, como pedaleiras (de freio, embreagem e acelerador) feitas de plástico estrutural. Também está em estudo a produção de suportes para estepe, caixas de bateria, estruturas de painel e outros.

A expectativa da empresa é de aumentar seu faturamento em 10% neste ano. Mas, com os novos projetos, que devem entrar em produção a partir de 2012, as taxas de expansão tendem a ser maiores nos próximos anos. Hoje 84 pessoas trabalham na FPK, um número que "certamente vai crescer", diz a gerente, sem revelar números. Ela adianta que as primeiras contratações serão destinadas às áreas comercial e de engenharia e desenvolvimento.

Foco doméstico

Das 900 mil peças produzidas na fábrica por ano, 80% são destinadas ao mercado brasileiro e 20% são exportadas para Argentina. "No momento, o câmbio ainda é viável para nós. Mas é claro que, se o dólar cair ainda mais, seremos afetados", admite a executiva.

Ao menos por enquanto, o foco da atuação será o mercado brasileiro. "A FPK comprou uma fábrica no Brasil porque este é um mercado que não pode ser negligenciado, com muitas oportunidades para crescer. E o Paraná tem um polo industrial muito bom, bem localizado para a exportação e também para o atendimento das montadoras do próprio estado e de São Paulo."

Gestão espanhola

Com o controle passando a espanhóis, a principal mudança na gestão da empresa é que ela passa a ser mais participativa, diz a executiva. "Os funcionários terão participação mais ativa nas decisões de suas respectivas áreas. No modelo alemão, que é mais centralizador, as decisões são informadas aos funcionários após terem sido tomadas."

Criada no ano passado, a FPK faz parte do Batz Lightweight Technologies, uma das divisões do Mondragon, maior grupo empresarial do País Basco e 10.º maior da Espanha, que emprega 85 mil pessoas em todo o mundo e faturou 14,7 bilhões de euros no ano passado. As três fábricas da FPK – no Brasil, na Espanha e na Alemanha – foram compradas pelo Mondragon depois que o grupo adquiriu a parte da Aksys em uma joint venture que ambos mantinham na Europa. Os valores das transações não foram revelados.

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