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O polo automotivo da região de Curitiba voltou a receber projetos de ampliações e chegada de novas fábricas. A Renault anunciou, no ano passado, o seu maior plano de investimentos desde sua chegada ao Brasil. Serão R$ 1,5 bilhão na expansão da sua unidade em São José dos Pinhais, com a produção de 13 novos veículos até 2016. Com investimentos de R$ 500 milhões, a japonesa Sumitomo vai produzir pneus em Fazenda Rio Grande a partir de 2013, e a chinesa Sinotruck pretende instalar em Campina Grande do Sul uma linha de montagem de caminhões.

A região de Curitiba abriga hoje o terceiro maior polo automotivo do país, responsável por 11,8% da produção nacional. Pelo menos 80% das fábricas estão na RMC. O setor movimenta R$ 19,13 bilhões em vendas industriais, emprega 43 mil pessoas no estado, segundo levantamento da Federação das Industrias do Paraná (Fiep).

Para Marcelo Alves, economista da coordenação de desenvolvimento da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o polo automotivo da região de Curitiba entrou na sua terceira fase, que deve reforçar os investimentos na cadeia de fornecedores. Os primeiros sinais de retomada de investimentos vieram há quase dois anos, quando a Fiat Power Train (FPT) colocou em operação a sua fábrica de motores em Campo Largo. Com investimentos de R$ 250 milhões, a FPT revitalizou a antiga fábrica da Tritec Motors.

De acordo com Alves, os novos investimentos de fornecedores devem ser reforçados pela necessidade que as montadoras terão de aumentar o conteúdo local de peças nos seus produtos. O governo federal já sinalizou que considera baixo o porcentual de 65% de exigência de conteúdo nacional nos veículos produzidos no Brasil e que esse porcentual deve aumentar a partir de 2013

A Renault, por exemplo, anunciou que tem planos de aumentar o índice de nacionalização dos seus veículos, hoje em 65%. Segundo a empresa, que tem 55 fornecedores no Paraná, há muito que se avançar nessa área quando se compara com o nível de integração encontrado na China e na Índia, onde chegam a 90%, segundo o presidente mundial da montadora, Carlos Ghosn.

Apesar dos esforços para formar uma cadeia forte de fornecedores na RMC, muitas das compras de autopeças das empresas ainda são feitas em outros estados. "O Paraná nunca chegou a ter uma cadeia integrada de fornecedores como ocorre em São Paulo, por exemplo", afirma Alves.

O polo automotivo da região surgiu na década de 1970, com a chegada da Volvo e da Bosch, que instalaram fábricas na Região Metropolitana de Curitiba. A segunda fase foi marcada pela vinda, no fim dos anos 90, da Renault, da Volkswagen e da Chrysler (que posteriormente fecharia sua fábrica) para a Região Metropolitana de Curitiba.

"Quando se fala em investimento no setor automotivo hoje no Brasil, automaticamente a RMC aparece na lista de opções das empresas. A mão de obra preparada e a localização, com fácil acesso aos principais mercados consumidores e ao Mercosul são fatores que influenciam favoravelmente", diz.

Mas há cada vez menos ofertas de áreas disponíveis para instalação de novas fábricas – muitos dos terrenos têm restrições de ordem ambiental – além de outro ponto fraco, que são as limitações do porto de Paranaguá para atender a demanda das empresas.

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