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Edymilton Ce­­zario de Mathias, diretor da Sho­­wa Bonés, teve de demitir 20% dos funcionários | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Edymilton Ce­­zario de Mathias, diretor da Sho­­wa Bonés, teve de demitir 20% dos funcionários| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Considerada a "capital" brasileira do boné, Apucarana procura driblar a forte concorrência dos produtos chineses. Estima-se que os bonés importados cheguem ao país com preço 30% menor que o nacional – de cada dois exemplares vendidos, um vem de fora, especialmente da China, Paquistão e Vietnã.

Nos últimos anos, a produção de bonés em Apucarana caiu pela metade (de 6 milhões para 3 milhões de unidades por ano), assim como o número de indústrias (de 160 para 80). Os números são do presidente da Associação Comercial e In­­dus­trial, Jayme Leonel, que também é proprietário de uma em­­presa do setor. A produção de camisetas também recuou, de 2 milhões de unidades por mês para 900 mil. As duas indústrias também perderam mercado com a proibição, a partir de 2006, da distribuição de brindes, como bonés e camisetas, nas campanhas eleitorais. "O boné político representava de 20% a 30% das nossas vendas", afirma Leonel.

A solução tem sido investir na produção de marcas próprias, importar matérias-primas para baratear os custos e vender para grandes magazines na época da entressafra do abastecimento dos chineses. "A entrega para os magazines pelos chineses demora de 60 a 90 dias. Nesse período, em que o varejo precisa repor estoques, é que nós conseguimos vender", afirma Edymilton Ce­­zario de Mathias, diretor da Sho­­wa Bonés. A empresa reduziu em cerca de 20% a produção e o quadro de funcionários por causa das dificuldades do setor.

O Ministério da Educação passou a recomendar o uso de bonés nos uniformes escolares, mas não há garantias de que haverá restrições aos produtos chineses. "Hoje quem veste o Exército Bra­­sileiro são os chineses", exemplifica Leonel.

Para o secretário de Indústria, Comércio e Agricultura de Apu­­carana, Ivo Gilberto Martins, o setor vive um processo de desindustrialização. A cidade tem tentado atrair investimentos para diversificar a matriz econômica, que inclui ainda a fa­­bricação de couros e de alimentos e moagem de milho. Apuca­­rana, segundo Martins, disputa a se­­gunda fábrica da japonesa NSK, fabricante de rolamentos que já tem uma unidade em Su­­zano (SP).

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