Os consultores em recursos humanos são cuidadosos ao comentar a prática das empresas de investigar a vida do candidato, pois sabem que este é um tema delicado. "Algumas não contratam se a pessoa estiver devendo R$ 1. Eu acho errado, porque se a pessoa fica fora do mercado ela vai pensar na família e acaba assumindo dívidas", diz Alex Gelinski, diretor da Chess Human Resources. Mesmo assim, para ele, a empresa tenta se proteger de pessoas não-idôneas, mas não deveria eliminar o candidato simplesmente por causa do nome sujo. "A empresa deveria negociar. Conheço o caso de um profissional que tinha uma dívida de uns R$ 1 mil e a empresa combinou que ele deveria limpar seu nome na primeira semana de trabalho."
Valdeci Carneiro, da Everest Gestão de Pessoas, concorda que pode haver discriminação com essa atitude e acha que deveria haver uma negociação com o candidato, mas também defende a posição das empresas, principalmente instituições financeiras. "Como vou dar a galinha para a raposa cuidar? As empresas têm esse procedimento porque há uma razão para isso. É imprescindível que um profissional dessa área tenha uma vida financeira controlada", explica. No caso da profissão de vigilante particular, diz Carneiro, uma ficha de antecedentes criminais limpa entra na qualificação do cargo. Para ele, em todos os casos, o pior é a desinformação, pois o candidato não fica sabendo o motivo da recusa e não se esforça para tirar sua restrição ao crédito ou outro problema, mas continua procurando emprego. (MS)
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