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Dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE e baseados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), feita nos anos de 2002 e 2003, comparou os brasileiros de vários pontos de vista, como cor, nível escolar ou classe social. Mas, a novidade foi a comparação do ponto de vista da religião. A POF mostra que as famílias chefiadas por espíritas tem o maior rendimento médio mensal, de R$ 3.796, enquanto o menor está entre os evangélicos pentecostais, cuja renda média é de R$ 1.271.

Entre católicos apostólicos romanos, o rendimento médio correspondia a R$ 1.790,56. As maiores e menores despesas seguiram este mesmo padrão, com espíritas apresentando gasto de R$ 3.617,28 e evangélicos pentecostais, R$ 1.301,35. Católicos gastaram cerca de R$ 1.769,32.

O estudo concluiu que famílias em que a pessoa de referência pertencia às religiões evangélicas apresentaram os maiores percentuais, dentro do grupo outras despesas correntes. Os gastos neste grupo, como pensões, mesadas e doações - que incluem, entre outros itens, dízimo e outras contribuições às igrejas - foram os mais elevados, variando entre 21,4% (R$ 22,79) a 34% (R$ 59,16).

Má distribuição de renda

A POF também revelou que os 10% de brasileiros com rendimento mais alto gastaram no ano de 2003 dez vezes mais do que os 40% de menor poder aquisitivo. Os números, que confirmam a má distribuição de riqueza no país, mostram que a parcela mais pobre, (rendimento de até R$ 758,25 em 2003) possuía uma despesa per capita de aproximadamente R$ 180, enquanto os mais ricos (renda igual ou maior que R$ 3.875,78) tinham despesa per capita de R$ 1.800.

De acordo com a Pesquisa, a habitação é a despesa com maior peso no orçamento do brasileiro e respondeu por 35,5% do gasto total das 48,5 milhões de famílias estimadas na POF, seguido de alimentação (20,75%), transporte (18,44%), assistência à saúde (6,49%) e educação (4,08%).

Brancos têm renda 25% acima da média

A pesquisa do IBGE mostra ainda nas famílias onde a pessoa de referência financeira da família era branca, o rendimento médio mensal foi de R$ 2.262,24, 25% superior à média nacional (R$ 1.794,32). Naquelas em que o chefe era negro, a renda média foi de R$ 1.245,09, e nas chefiadas por pardos, de R$ 1.232,62.

De acordo com a pesquisa, a existência na família de algum membro com curso superior eleva significativamente a renda da família. Nas famílias onde os responsáveis tinham 11 ou mais anos de estudo (ou seja, cursaram faculdade) tinham renda mais elevada: R$ 3.796,00, mais do que o dobro da média nacional. Mas segundo o IBGE, 84% das famílias brasileiras não têm integrantes com superior completo, o equivalente a 40.896.559 famílias

O valor da renda familiar sobe para R$ 6.994,98 se houver mais de uma pessoa com curso superior. Nas famílias chefiadas por pessoas com menos de um ano de instrução, o rendimento foi aproximadamente cinco vezes menor (R$ 752,00).

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