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O quarteto está comemorando a conquista do Disco de Ouro | Divulgação/Prime Shows
O quarteto está comemorando a conquista do Disco de Ouro| Foto: Divulgação/Prime Shows

As condições de sobrevivência das empresas melhoraram no Brasil nos últimos quatro anos. É o que indica o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2006, um estudo sobre a atividade empreendedora feito anualmente em mais de 50 países. A pesquisa, que será lançada hoje em São Paulo, mostra que a parcela da população brasileira com empreendimentos estabelecidos (cuja empresa está aberta há mais de 3,5 anos) passou de 7,6% em 2003 para 12,9% no ano passado – um total de 14,2 milhões de estabelecimentos consolidados, superando pela primeira vez o número de novos empreendimentos.

O Brasil é o quinto no ranking mundial de empresas formadas há mais de 42 meses. A inflação estabilizada, os juros em queda e concessão de crédito têm contribuído para o avanço nos números de empreendedores não tão novatos. "O fato de haver mais empresas estabelecidas do que iniciantes mostra um ambiente mais benéfico ao negócio próprio, devido à estabilidade econômica", avalia o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. O espírito empreendedor brasileiro é destacado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), Carlos Artur Krüger Passos. "A pesquisa demonstra que o brasileiro é povo empreendedor, que não fica parado esperando as coisas acontecerem, toma iniciativas próprias para mudar de vida. Mas precisamos trabalhar para que eles entrem mais preparados no ambiente de empreendedorismo e que vislumbrem oportunidades, não só vejam o negócio próprio como um último recurso", diz ele.

Apesar da sobrevida das empresas estar crescendo, o despreparo para abertura do negócio ainda é grande. Pela pesquisa, 51,4% das pessoas que montam novas empresas – formais e informais – no Brasil o faz por questão de oportunidade. O restante – 47,6% – abre negócio por necessidade. "O grande destaque deste estudo é o fato de ele poder traçar um comparativo internacional. O Brasil tem estado entre os 10 mais empreendedores, mas a qualidade dos empreendimentos é muito baixa, porque grande parte é feita por necessidade e não por oportunidade de negócio, são negócios improvisados e por isso costumam fracassar", afirma o gerente da unidade de atendimento individual do Sebrae Nacional, Ênio Pinto. Segundo ele, os países desenvolvidos tendem a ter menos empreendimentos, mas com mais qualidade, maior visão de mercado e oportunidade. "É algo menos vulnerável. É a abertura de empresas por necessidade que faz com que 52% das novas empresas brasileiras fechem antes de completar dois anos", avalia.

A falta de escolaridade (39% dos empreendedores têm até quatro anos de estudo e 41% tem entre 5 e 11 anos) e o despreparo para iniciar o empreendimento é um dos fatores ligados ao fracasso dos empreendimentos. De acordo com a pesquisa, a grande maioria dos empreendedores acaba optando por negócios já conhecidos e com alta concorrência. O foco geralmente é no baixo investimento, feito por empreendedores de precária condição financeira. O potencial de inovação (que reúne conhecimento do produto, grau de concorrência e idade dos equipamentos) é mínimo em 60,3% dos empreendimentos. Apenas 0,4% dos empresários se consideraram com máximo potencial de inovação, que atende aos três critérios indicados.

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