• Carregando...

A primeira remessa de carne bovina que o Paraná vai enviar à Europa após a crise da aftosa, deflagrada há três anos, sairá de abates programados para hoje. Trata-se de um lote de 476 animais comprados pelo frigorífico JBS Friboi, de Maringá, do grupo Vergílio Castagnoli Agropecuária, que teve três fazendas situadas nas regiões Norte e Noroeste do estado habilitadas pela União Européia (UE) na última semana.

O número de animais é insuficiente para encher um contêiner, conta o gerente de Compras do frigorífico, Nelson Jardim. Ele afirma que a empresa vai enviar a carne do Paraná junto com produto rastreado de outros estados brasileiros para o Mercado Comum Europeu. A empresa está oferecendo pagamento 10% acima dos preços do mercado e à vista para os criadores de gado rastreado.

O diretor da Virgílio Castagnoli Agropecuária, Guilherme Quadros, relata que conseguiu 15% de acréscimo em média, após negociação que considerou as características de seu rebanho. Ele conta que o grupo tem uma quarta fazenda já aprovada em auditoria de fiscais federais e estaduais, que deve entrar na lista da UE nos próximos dias. Nas quatro áreas, são criados 7 mil bovinos e terminados cerca de 2 mil bois gordos por ano.

Até ontem, o Paraná tinha apenas cinco fazendas habilitadas pela UE, onde são criados cerca de 10 mil animais – ou 0,1% do rebanho do estado –, conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Menos de 5% do gado paranaense é rastreado.

"Agora é a hora da verdade. O preço que será pago pela carne exportada para a Europa é que vai dizer se o rastreamento vale a pena", disse Quadros. Com 15% de acréscimo, ele está recebendo R$ 96 por arroba. O empresário relata que até hoje bancou os custos sem receber preço diferenciado. Além de cerca de R$ 5 por registro/cabeça e de R$ 1 mil por visita dos credenciadores, gasta mais com funcionários. "Atuamos com pessoal especializado."

Por outro lado, ele mostra-se otimista. Afirma que, graças ao empenho do setor e dos governos estadual e federal, o país está recuperando sua credibilidade. A UE habilitou 400 fazendas brasileiras neste ano, metade de Minas Gerais. O Paraná recuperou status de área livre de aftosa há quatro meses e segue entre os que têm menos condições de exportar.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, prevê que o número de áreas habilitadas chegue a 1,5 mil ainda neste ano. Todas deverão passar por auditoria que segue padrão definido pela Europa duas vezes ao ano.

A primeira fazenda do Paraná habilitada a exportar para a Europa foi o Sítio Pelisson, de Paranavaí (Noroeste), que entrou na lista da UE duas semanas atrás. O proprietário, Jorge Luiz Pelisson, ainda não entregou gado aos exportadores. Na última semana, além das três fazendas o grupo Vergílio Castagnoli, foi habilitada a Fazenda Jaborandi, que pertence a Luzia Carmem Vianna Arroyo e também fica em Paranavaí.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]