A dependência que a economia paranaense tem do câmbio e do sucesso do agronegócio é a principal explicação para o desempenho pífio do saldo da balança comercial, com redução acentuada das exportações e grande aumetno das importações.
Enquanto a média nacional e da Região Sul é positiva, o Paraná teve recuo de 1,3% nas vendas externas até agosto.
"Nossa economia é mais moderna, mais dependente do comércio exterior, e o descompasso cambial faz o Paraná sofrer mais", justifica Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Na verdade, a economia do estado é moderna quando se fala no parque industrial, mas não exatamente quando se examina a pauta de exportação.
Os dois principais produtos exportados são commodities, e tiveram uma queda muito grande nas vendas este ano: 27,1% no caso da soja em grão e 14,8% no caso do farelo de soja.
"A pauta de exportações é diversificada, mas está muito polarizada. De um lado temos o agronegócio e de outro as montadoras", avalia o professor de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Nilson Maciel de Paula.
De fato, as sete principais empresas exportadoras são ou montadoras (Volkswagen, Renault, Volvo e Tritec) ou agroindústrias (Sadia, Cooperativa Mourãoense e Bunge).
"Mas ambos os setores [agronegócio e automóveis] são muito dependentes do câmbio", afirma o professor. "Isso castiga mais o perfil das exportações do Paraná do que em outros estados".
Mais por menos
Antoninho Caron, professor de Negócios Internacionais do Unifae, lembra que a queda nos preços internacionais de produtos vendidos pelo Paraná também coloca o estado em desvantagem.
"Nossos produtos perderam preço no mercado internacional. Nós estamos trabalhando mais para ganhar menos", avalia. (FL)
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