A PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo, anunciou na sexta-feira uma queda de 6,2% em seu lucro líquido em 2012. O resultado, acreditam economistas críticos ao chavismo, é resultado de uma combinação de endividamento excessivo, falta de investimento em infraestrutura e comprometimento de parte da produção com remessas a custo baixo para países amigos e o pagamento de empréstimos à China.
Em 2012, a estatal petrolífera teve um lucro de US$ 4,2 bilhões, 6,2% menos do que os US$ 4,5 bilhões ganhos em 2011. O ministro do Petróleo e presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, atenuou a queda dos ganhos da empresa. "A PDVSA não é uma empresa feita para ter lucro", disse ao apresentar os resultados. "Sua principal tarefa é aportar recursos ao Tesouro."
Em meio a uma crise de escassez de alimentos, com uma das inflações mais altas da América Latina e com uma desvalorização cambial que deve arrochar ainda mais o poder de compra do trabalhador venezuelano, o presidente que deve ser eleito daqui a três semanas terá de sanear sua principal fonte de receita para contornar a crise econômica.
"A indústria petroleira na Venezuela está estagnada e há divergências entre os números divulgados pelo governo e entidades internacionais. Produzimos menos hoje do que produzíamos antes da greve petroleira de 2003", afirma o economista Francisco Ibarra, da consultoria Econométrica.
A PDVSA responde por 96% dos dólares que entram no caixa da república bolivariana. Desde a chegada de Hugo Chávez ao poder, em 1999, no entanto, a natureza e a produtividade da empresa mudaram. Segundo estimativas de economistas críticos ao chavismo a PDVSA produzia 3,5 milhões de barris de petróleo por dia em 1998. Hoje, de acordo com o governo venezuelano, esse número é 3 milhões de barris por dia. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diz que a cifra varia entre 2,3 milhões e 2,5 milhões de barris por dia.
"Em 1998, a PDVSA tinha a capacidade de refino de 3,5 milhões de barris por dia. Tinha um importante grupo de refinarias nos EUA e na Europa e éramos capazes de levar o petróleo do poço até o tanque de gasolina do consumidor americano, nosso principal cliente", diz José Toro Hardy, um dos maiores especialistas em petróleo da Venezuela. "Lamentavelmente nos últimos anos a PDVSA se deteriorou muito. O dano foi profundo. Não se investiu na manutenção das refinarias e já não somos capazes de produzir toda a gasolina que consumimos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
-
Tragédia humanitária e econômica: chuvas derrubam atividade no RS e vão frear o PIB nacional
-
Julgamento de Moro no TSE pode fixar limites para gastos na pré-campanha
-
Ao demitir Prates, Lula se proclama o dono da Petrobras
-
Governo tentou manter “saidinhas” de presos em troca de não criar novo crime de “fake news”
Com gestão acolhedora das equipes, JBA se consolida entre maiores imobiliárias da capital
Tragédia humanitária e econômica: chuvas derrubam atividade no RS e vão frear o PIB nacional
Governo eleva projeção para o PIB, mas não põe na conta os estragos no Rio Grande do Sul
Movimentação de cargas cai pela metade e derruba arrecadação do Rio Grande do Sul
Deixe sua opinião