O governo marcou para a próxima quinta-feira, 16, o anúncio de um pacote de medidas para estimular o crédito de longo prazo para o setor privado. A informação foi dada ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"No dia 16 nós anunciaremos um conjunto de medidas para o setor financeiro que vão facilitar o crédito de longo prazo para o setor privado, que hoje tem dificuldade de obter esses recursos", afirmou. "Vamos mexer em tributação, em linhas, facilitar a captação, de modo que o setor privado tenha mais crédito de longo prazo, a um preço mais baixo, para estimular investimentos."
O pacote será o primeiro ato econômico do mandato de Dilma Rousseff, ainda que seja anunciado antes da posse da presidente eleita. O governo deverá conceder isenção completa de Imposto de Renda para as aplicações em papéis de dívida das empresas com prazo acima de dez anos. Também serão zerados os depósitos compulsórios para aplicações de mais de dez anos nos bancos. O mercado espera ainda a criação de títulos de dívida específicos para infraestrutura e construção.
As medidas foram discutidas com entidades como Febraban (bancos), Iedi (indústria) e Secovi (construção), que elaboraram estudo propondo soluções ao gargalo. Será o maior estímulo já criado para incentivar o alongamento de prazos da dívida privada no país, único segmento ainda nanico no mercado de capitais brasileiro.
Superávit
Mantega rebateu declarações de fontes ligadas ao governo federal de que o Brasil corre o risco de não cumprir a meta de superávit primário para este ano. Segundo ele, quem fez a análise "se equivocou redondamente". "Porque o responsável por isso sou eu. E eu estou te falando que nós vamos cumprir a meta rigorosamente este ano. E nós próximos anos, enquanto eu estiver à frente do Ministério da Fazenda", disse o ministro, acrescentando que sempre cumpriu as metas fiscais.
"Só em 2009 pedimos autorização ao Congresso e diminuímos a meta por causa da crise, porque nós tínhamos que atuar e o mundo inteiro fez isso. E neste ano, nós vamos cumprir a meta e cheia, ou seja, sem abater o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] que poderíamos abater", disse o ministro. "Então, quem falou isso, não sabe, não entende de contas públicas. Você pode me cobrar quando terminar o ano, se fizemos ou não fizemos. Eu aposto com você e com quem quiser uma garrafa de vinho, ou uma caixa, mas tem de ser um vinho bom. Eu vou usar no réveillon", acrescentou.
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