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A má atuação das companhias protagonistas da crise econômica de 2008 demonstrou que a integridade das empresas é um ativo mais valioso que as ações que ricocheteiam no mercado financeiro. A conclusão é dos professores Alan Kolp e Peter Rea, da Universidade Baldwin-Wallace (Estados Unidos), e do executivo Pierre Jean Eve­raert, presidente honorário do conselho deliberativo da ABInBev, que ministraram ontem em Curitiba o workshop "Integridade – Um Mercado em Cresci­mento". Baseado no livro homônimo escrito por Kolp e Rea (Integrity is a Growth Market, sem edição em português), o encontro discutiu a maneira como as corporações devem respeitar não somente as leis dos países, mas também princípios de moralidade e ética.

Os três acadêmicos defendem que a integridade nos negócios, além de ser fundamental para a sociedade, frutifica em respeito dos clientes e satisfação dos funcionários ao partilhar objetivos comuns com a empresa. Alan Kolp, doutor em religião, salienta que a consolidação do caráter na vida corporativa desperta o sentimento agradável de se estar fazendo o bem para a sociedade, o que agrega paixão pelo trabalho e consequente desenvolvimento profissional. "Caráter e integridade podem ser aprendidos. É, acima de tudo, uma questão de confiança. Para as empresas, é ideal que seus funcionários aprendam a confiar na empresa, em vez de simplesmente ser obedientes a ela", ilustra.

Para Peter Rea, doutor em negócios e chefe do departamento de Administração da Baldwin-Wallace, uma empresa apenas consegue se manter íntegra se estimular, no corpo de funcionários, a adoção de posturas éticas. "É preciso engajar as pessoas, criando valor", receita. "O que ocorreu em Wall Street antes da crise foi que vários executivos retiraram valores positivos de suas companhias, ao invés de adicioná-los", descreve.

Jean Everaert, presidente honorário do conselho deliberativo da ABInBev, afirma que a cervejaria aplicou os princípios de integridade durante os processos de incorporação que a catapultaram da 30.ª para a 1.ª posição no setor, com valor de mercado avaliado em US$ 55 bilhões. "Para a companhia crescer, era imprescindível saber como administrar o crescimento e respeitar a lei dos países em que iríamos atuar", relata. A empresa, que possui mais de 300 marcas de cerveja, aposta na manutenção de nomes fantasia por respeito às comunidades em que atuam, segundo Everaert. "Cervejas são locais. A autonomia da marcas ajuda a manter a relação com as localidades em que são produzidas", entende.

O workshop foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Paraná (ADVB-PR), pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC) e pela FAE Business School.

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