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O crescimento econômico nos Estados Unidos registrou alta de 2,8% no quarto trimestre de 2011 em comparação com o mesmo período de 2010, disse na sexta-feira (27) o Departamento de Comércio. Apesar de positivo, o dado saiu abaixo das expectativas dos analistas, que previam alta de 3,2%.

Em 2011, a alta foi de 1,7% com relação a 2010, quando o PIB aumentou 3,0% com relação a 2009, segundo a primeira estimativa oficial para este período, publicada em Washington.

De acordo com o Departamento, o recuo do crescimento no quarto trimestre reflete essencialmente uma desaceleração dos investimentos das empresas (...) e um aumento das importações, além da queda do gasto público, informou o Departamento em um comunicado.

Apesar disso, houve uma aceleração dos gastos com consumo e moradias, de acordo com a nota.

Muitos analistas creem que a alta dos estoques do varejo deve desacelerar no primeiro trimestre, seguindo o passo do menor crescimento da economia mundial.

Segundo os dados do governo, a alta do consumo (2,0% frente a 1,7% no terceiro trimestre) somou 1,45 pontos ao crescimento do país.

Apesar do crescimento econômico nos EUA, o desequilíbrio social tem se agravado, com a má distribuição da renda no país dando o tom das disputas políticas para as eleições presidenciais deste ano.

Segundo um estudo intitulado "A mobilidade econômica: o sonho americano sempre funciona?", a renda líquida dos mais pobres (um quinto da população dos Estados Unidos) aumentou apenas 9% entre 1979 e 2004. Ao mesmo tempo, a renda dos mais ricos subiu 69%, com alta de 176% na renda dos 1% mais ricos.

A diferença é a ainda mais gritante quando se compara o aumento da renda dos patrões com a de seus empregados: este estudo, realizado pelo Brookings Institution e Pew Charitable Trust, demonstra que entre 1978 e 2005, a renda dos dirigentes se multiplicaram por 35, para alcançar 262 vezes mais que a média dos assalariados.

Estas desigualdades foram denunciadas pelos manifestantes anti Wall Street, que desde setembro passado se disseminaram por todo o país.

Erin Currier, do grupo de pesquisas Pew Economic Mobility Proyect, disse que a emergência do movimento anticapitalista convenceu o presidente Obama de trabalhar com uma mensagem de maior equidade.

"Os americanos agora sabem que papel deve ser realizado pelo governo e vão manter a pressão sobre ele", disse.

Nesse contexto, a publicação de terça-feira da declaração de impostos de Mitt Romney, candidato à investigação republicana para a Casa Branca, teve um efeito ruim: o multimilionário revelou ter pago apenas 13,9% de impostos sobre sua renda em 2010, quando a taxa máxima para os assalariados chega a 35%.

O presidente americano e candidato à reeleição, Barack Obama, por sua vez, tem priorizado em sua campanha o tema da reforma fiscal com foco na ampliação dos impostos para os mais ricos.

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