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Dirigentes dos EUA e da Europa disseram na segunda-feira que continuam comprometidos em finalizar a polêmica Rodada de Doha sobre o comércio mundial apesar do lançamento de uma nova iniciativa para intensificar as trocas comerciais através do Atlântico.

"A primeira coisa que disse é que estou firmemente dedicado a completar com sucesso a rodada de Doha", disse a repórteres o presidente dos EUA, George W. Bush, após reunir-se com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso.

Os três conversaram com repórteres poucas horas depois de o principal mediador para as questões agrícolas das negociações em torno da Organização Mundial do Comércio (OMC) ter afirmado que os EUA ofereceriam um corte de, no mínimo, mais 14 por cento nos subsídios agrícolas para garantir a assinatura de um acordo.

O embaixador da Nova Zelândia junto à OMC, Crawford Falconer, que comanda as negociações sobre o setor agrícola, também disse que a UE teria de melhorar sua sugestão de corte de impostos sobre produtos agrícolas.

Dirigentes dos EUA e da UE não mencionaram o relatório de 28 páginas elaborado recentemente por Falconer, mas Bush reconheceu que os negociadores tinham de chegar a um acordo a respeito da área mais polêmica do processo, que está agora em seu sexto ano.

"Estamos comprometidos com a redução de nossos subsídios agrícolas a fim de garantir que o processo avance. Esperamos que outros dos envolvidos sigam nosso exemplo a respeito do acesso aos mercados", afirmou o presidente.

Bush também se referiu às difíceis decisões políticas que os líderes mundiais precisam tomar nos setores agrícola, industrial e de serviços - as três principais áreas abarcadas pelas negociações.

"Não tenho nenhuma ilusão a respeito da dificuldade para atingir nosso objetivo. Mas, primeiramente, é preciso haver um comprometimento sério por parte da liderança a fim de que haja um acordo", afirmou o presidente.

Comércio bilateral

As incertezas sobre o futuro das negociações relativas ao comércio mundial levaram os EUA e a UE a tentar ampliar suas relações comerciais por meio de acordos bilaterais ou regionais de livre comércio.

Os dois, no entanto, evitaram dar início a negociações exclusivas sobre o livre comércio, em parte devido à preocupação de que outros países vejam nessa manobra um sinal de que os dois maiores parceiros comerciais do mundo perderam interesse na Rodada de Doha.

Os líderes dos EUA e da UE assinaram na segunda-feira um projeto de tratado para ampliar as trocas comerciais por meio da redução das barreiras regulatórias em áreas como a agrícola, cosméticos, de remédios e de automóveis ao mesmo tempo em que adotaram medidas para aprofundar a integração econômica.

Merkel observou que as negociações sobre o comércio global centravam-se principalmente na redução de tarifas enquanto a iniciativa de integração econômica transatlântica teria por foco a harmonização dos padrões regulatórios.

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